Assa Matusse em Lisboa para concerto memorável no Musicbox

No dia 29 de março, a BANTUMEN convida-te a um encontro com uma das vozes mais marcantes do nosso tempo. Com um timbre que ecoa histórias, raízes e resistência, Assa Matusse regressa a Lisboa para um concerto que quer celebrar um dos mais tesouros moçambicanos: a música.

O palco será o Musicbox, no coração do Cais do Sodré, em Lisboa. Uma sala que, desde 2006, tem sido morada de encontros improváveis, berço de novos sons e refúgio de artistas que transcendem géneros e geografias. É ali, entre paredes que já vibraram ao som de tantas culturas, que Assa Matusse promete um espetáculo intimista, acompanhado por duas forças incontornáveis da música moçambicana: Selma Uamusse e Gasso Franco.

Assa Matusse nasceu em Maputo, em 1994, num lar onde a música era a primeira língua. Cresceu entre os acordes da guitarra do pai e os concursos onde começou a esculpir o seu nome. Em 2013, foi eleita "Artista Revelação Feminina" no concurso Ngoma Moçambique. Três anos depois, a sua voz atravessou fronteiras e conquistou Madrid ao vencer "The Voice of Pangea". O álbum de estreia, "+ EU", chegou em 2017 e, em 2023, lançou "Mutchangana", um tributo à sua identidade, numa reunião de ritmos e línguas que viajam entre o changana, o português, o inglês e o francês.

A música de Assa não se prende a um único espaço sonoro. Ela caminha entre o jazz e o pop, mas tem os pés bem firmes no chão quente de Moçambique. "Desta vez, vamos celebrar Moçambique com os dez anos da BANTUMEN. Pretendo trazer muita, muita melodia moçambicana e, sobretudo, também línguas", partilha a artista. "Temos tantas línguas e eu sempre tive este amor e este favoritismo de cantar usando as minhas línguas." É na marrabenta, no tufo, no mutimba, que a artista se encontra, que se refaz. Cada nota que canta é um passo em direção a um Moçambique mais visível, mais audível. "Mesmo que os moçambicanos não estejam a apontar-me o dedo, eu sei que é preciso colocar Moçambique nos mapas da cultura", diz Assa. "Infelizmente, ainda não estamos no mapa quando se trata das artes. E como já se diz, se o país não é reconhecido pela sua arte e pela sua cultura, muitas vezes vai ser difícil estar exposto no mundo. Acho que está na hora de fazer Moçambique ser conhecido através da minha voz, da arte."

Para esta noite especial do dia 29 de março, Assa convida dois cúmplices musicais. Selma Uamusse, que transformou o palco numa extensão do seu ser, é uma artista que abraça o gospel, o rock, o soul, o afrobeat e o jazz, sempre com Moçambique na voz. Em 2018, lançou "Mati", um álbum que costura tradição e vanguarda, onde a eletrónica se entrelaça com ritmos ancestrais.

Já Gasso Franco representa a nova geração da música moçambicana. Desde 2005 que explora sonoridades como produtor e intérprete, tornando-se uma figura essencial no panorama musical do seu país. A sua jornada reflete a constante reinvenção da identidade moçambicana, num equilíbrio entre o urbano e o tradicional.

O Musicbox abrirá as suas portas para esta celebração às 21 horas em ponto, e cada nota será um convite a viajar por Moçambique sem sair de Lisboa. "Não deixem de vir, de forma alguma, neste concerto do dia 29! Os que se encontram em Lisboa façam-se presentes nesta noite, porque vai ser muito mágico", diz Assa. “Quem conhece a música moçambicana sabe muito bem que a identidade, quando se trata de guitarra e voz, sempre fica. E isso é uma das coisas que não vai faltar também nesta noite."

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