Filme sobre vida e obra de Bonga exibido em Angola e Nigéria

February 19, 2025
Bonga Falar de Assim

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O documentário Bonga Falar de Assim, realizado pelo angolano Edilson Ngunza, chega finalmente aos écrans este ano. De 10 a 16 de abril, o filme será exibido no festival de cinema documental DOC Luanda, e chegará às salas de cinema do país a partir do dia 21, com estreia oficial no Instituto Camões, na capital.


O filme deverá ainda passar pelos cinemas portugueses, com datas ainda por revelar, e num festival de cinema em Taraba, na Nigéria, revelou o realizador à BANTUMEN.

Gravado em Lisboa, o filme mergulha na vida e obra de Barceló de Carvalho, nome verdadeiro do artista, através de imagens captadas na sua residência e nos bastidores de Bonga 80+1, espetáculo que celebrou o seu 81.º aniversário. O filme conta com o testemunho de familiares, amigos e alguns colegas de trabalho que o acompanham há mais de uma década. Betinho Feijó, professor, compositor e instrumentista angolano, é um dos nomes de destaque na produção, cuja estreia ocorre no âmbito das celebrações dos 50 anos da independência de Angola.

Bonga Falar de Assim marca a estreia de Edilson Ngunza como realizador. Natural do Sumbe, província do Cuanza Sul, em Angola, Ngunza iniciou o seu percurso no cinema amador antes de se mudar para Portugal, onde concluiu os estudos em realização cinematográfica. O documentário representa o seu olhar sobre a vida e o impacto de um dos nomes mais influentes da música africana. A produção do documentário é da Marijana Lda, que vê no filme uma homenagem ao artista e à história cultural de Angola.

Nascido em 1942, em Angola, Bonga construiu uma carreira marcada pela fusão do semba com influências da música popular africana e internacional. O seu percurso musical esteve sempre ligado ao ativismo político, tendo sido uma das vozes de resistência durante o período colonial. À época, a cultura angolana enfrentava repressão significativa, com as línguas tradicionais e a música africana frequentemente banidas.


Com mais de 50 anos de carreira, Bonga foi o primeiro artista africano a conquistar um Disco de Ouro e Platina em Portugal. Destacou-se ao utilizar a música não só para preservar as tradições culturais, mas também como veículo de protesto contra a opressão colonial. Canções como "Mona Ki Ngi Xica" tornaram-se hinos de resistência, refletindo as dificuldades e aspirações do povo angolano. Mesmo depois da independência de Angola, em 1975, o cantor continuou a ser uma voz ativa na cena musical e política, utilizando a sua arte para promover a consciência social.

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