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No dia 25 de março, em Portugal, aconteceu a primeira edição da Cimeira de Afroempreendedorismo da Comunidade Lusófona e América Latina (CACLAL), no auditório do salão nobre da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), na zona do Restauradores, em Lisboa. O evento contou com a presença dos embaixadores em Portugal de Cabo Verde e do Paraguai, Eurico Correia Monteiro e Júlio Duarte Van Humbeck, respetivamente.
Júlio António Aponto Té, jornalista e consultor internacional de negócios e um dos organizadores da cimeira, juntamente com Mateus López Monteiro, advogado, ao comentar sobre o evento, expressou com satisfação a adesão à iniciativa, que registou sala cheia, com a presença de autoridades diplomáticas, empresários e organizações internacionais que trabalham em questões de economia. Té destacou a presença de Nelma Fernandes, presidente da Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a primeira mulher neste cargo. O consultor Júlio António Aponto Té apresentou ainda a ideia de criar um sistema de trabalho que reúne todos os afroempreendedores dos países de língua portuguesa e também da América Latina, para promover negócios, sobretudo empreendedorismo jovem e sustentabilidade.
“Para nós, é uma honra sermos recebidos desta forma, inclusive, pela plataforma BANTUMEN, que trabalha com a questão da lusofonia. Como nos abraçaram desde a divulgação e até agora estão presentes, fazendo esse trabalho connosco. Isso para entender a importância e a solidariedade que as startups, digamos, da lusofonia, estão trabalhando para criar esse ecossistema.”
Abdel T. Camará, mentor de negócios e empreendedor, que foi um dos intervenientes da iniciativa, enfatizou a importância da cimeira. “Há muita teoria em volta disso e, às vezes, na prática, nós complicamos imenso e as pessoas acabam por não conseguir perceber como começar. O desafio é enorme. Então, digo sempre que há várias formas de começarmos isso e, no meu caso em particular, veio com um problema. Fui despedido e, digo-te, foi um empurrão. Então, isto para dizer às pessoas o quê? Que nem sempre precisas de passar por uma situação dessas para poderes começar a empreender.” Nessa senda, o também coach de alta performance também destacou a importância de existir um propósito além da liberdade financeira: “Há uma coisa que é importante, que é: todo o empreendedorismo esconde por trás uma missão de mudar alguma coisa na sociedade em que vivemos e isso é fundamental.”
Falamos também com Nelma Fernandes, presidente da Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e fundadora da Win Coach Academy, que partilhou connosco a importância do empreendedorismo, que não se limita à criação de empresas, mas também abrange a inovação dentro de organizações existentes, um conceito conhecido como intraempreendedorismo. A empresária argumentou que os governos devem desempenhar um papel vital na criação de um ambiente propício ao empreendedorismo, através da implementação de políticas que facilitem o desenvolvimento de negócios e reduzam as barreiras regulatórias.
Durante a conversa, Fernandes também abordou os desafios enfrentados pelos empreendedores, especialmente em países africanos da CPLP, como a falta de capacitação e as barreiras burocráticas. No entanto, expressou otimismo ao observar os avanços significativos alcançados por jovens empreendedores africanos, especialmente através da adoção da tecnologia e da inovação.
A fundadora da Win Coach Academy destacou ainda a importância de programas de capacitação e apoio aos empreendedores, enfatizando o potencial transformador do empreendedorismo na região, além das parcerias, como esta com o Paraguai.
O Embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Correia Monteiro, também deixou a sua opinião sobre a Cimeira de Afroempreendedorismo da Comunidade Lusófona e América Latina (CACLAL), discutindo o papel do empreendedorismo na Lusofonia, destacando o impacto dos jovens empreendedores. Ele enfatizou a necessidade de criar um ambiente favorável ao empreendedorismo, abordando questões como simplificação administrativa, acesso a crédito e benefícios fiscais. Monteiro reconheceu os desafios enfrentados pelos empreendedores, atribuindo muitos deles às barreiras impostas pelo Estado, especialmente devido à complexidade burocrática. Ele defendeu uma mudança na mentalidade e atitude do governo para facilitar e promover o empreendedorismo, destacando a importância da sociedade civil em pressionar por essas mudanças. Além disso, Monteiro destacou a necessidade de uma abordagem mais proativa e favorável ao empreendedorismo, especialmente em economias emergentes como as dos países lusófonos. Ele concluiu que o Estado desempenha um papel crucial no desbloqueio do potencial empreendedor da região, mas é fundamental que esteja alinhado com as necessidades e aspirações dos empreendedores.
Além das palestras, painéis de discussão, workshops e exposições de startups inovadoras, a cimeira também deu início à ideia do “ELP”, um programa de rádio e televisão dedicado ao empreendedorismo e à empregabilidade em língua portuguesa. Esta iniciativa proporcionará oportunidades corporativas para pequenos e médios empreendedores se conectarem com grandes potências e criarem redes de contatos e parcerias, impulsionando o crescimento e o desenvolvimento económico entre a Comunidade Lusófona e América Latina.
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