Cláudio Rumal quer moldar o futuro da promoção da cultura guineense

Cláudio António Rumal, guineense, natural do bairro de Impanxá, é um nome que talvez ainda não seja reconhecido por muitos, mas que, atualmente, desempenha um papel crucial na promoção da cultura e do talento jovem da Guiné-Bissau, tanto no país como na diáspora.

Desde cedo, a sua vida seguiu um percurso culturalmente enriquecedor. Passou alguns anos em Ingoré antes de regressar a Bissau para viver com a avó, onde Cláudio começou a dar forma ao seu futuro nas artes e na comunicação. Ainda jovem, o seu talento para as artes começou a manifestar-se nas ruas de Bissau, onde criava desenhos na areia, captando a atenção dos transeuntes e ilustrando logotipos de clubes de futebol conhecidos.

"Eu fazia desenhos com areia em diferentes cores, com tinta, depois comecei a desenhar logotipos”, relembra Cláudio. A arte foi apenas o começo, que logo encontraria na radiodifusão uma nova forma de expressão e serviço à cultura.

Aos poucos, Cláudio foi se introduzindo no mundo da rádio, começando com colaborações na Rádio Difusão Nacional da Guiné-Bissau. À moda antiga, sem recursos como microfone ou computador, o jovem fazia uso de um caderno e caneta para entrevistar músicos, uma prática que descreve como uma tentativa de criar "um edital biográfico". Essa abordagem inicial, marcada pela simplicidade e pela persistência, pavimentou o caminho para que as suas atividades na rádio ganhassem uma forma mais estruturada e reconhecida. "Eu não tinha nem microfone, nem nada. É só caderno e caneta. E aí, eles sentavam e eu sentava e começava a fazer as perguntas," Cláudio conta sobre os seus primeiros dias como entrevistador. As biografias que compilava não ficavam restritas ao seu baú pessoal; elas acabaram por tornar-se em recursos valiosos para outros apresentadores e locutores, na promoção do talento local.

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Alguns anos mais tarde, o impacto do seu trabalho na rádio e na cultura foi crescendo, levando-o a uma posição de destaque como coordenador do Grupo Cultural Netos de Bandim na diáspora. Este grupo, segundo Cláudio, é o "primeiro resultado que aparece" ao pesquisar na Internet sobre a cultura da Guiné-Bissau, ressaltando a sua importância e representatividade.

Paralelamente, Cláudio explorou a tecnologia como uma ferramenta para apoiar e promover a cultura e fundou a empresa Tuduticket, pioneira na venda de ingressos na Guiné-Bissau ao introduzir um sistema de bilhetes online com códigos únicos, dificultando a falsificação e facilitando a organização de eventos. "Comecei a desenvolver o sistema, que é um bilhete que quando compras online, vem já com um código. E aí, torna-se difícil ter pessoas a falsificar isso," explicou.

Ouve a história completa de Cláudio António Rumal através da entrevista vídeo acima ou do nosso canal de YouTube.