“Contos” de Orlanda Amarílis apresentados no CCCV em Lisboa

January 10, 2025
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A Associação UmColetivo, a livraria Tigre de Papel e o Centro Cultural de Cabo Verde apresentam a coletânea de "Contos" de Orlanda Amarílis, já esta sexta-feira, 10 de janeiro, no CCCV em Lisboa.


O evento contará também com a animação das Batucadeiras das Olaias, que irão celebrar a ocasião ao ritmo de batuques.


Orlanda Amarílis, literata de origem cabo-verdiana, emergiu como uma das figuras de referência na literatura nacional e da África lusófona.  Com uma contadora de histórias fora do seu de origem, a autora mistura o português com o crioulo, trazendo as histórias de Cabo Verde nas suas obras, que são um reflexo da sua identidade.


"Editar os contos de Orlanda Amarílis é como penetrar no interior de um vulcão e escutar a lava de quem, ao longo de tantas vidas, foi feito de silêncio. O apagamento de vários anos que agora procuramos subverter não incide apenas sobre a obra editada da autora: são também as vidas ficcionadas nos seus contos, que desfilam e são mapeadas, desfazendo fantasmas e vazios para compreender uma raiz que, afinal, é mesmo impossível de arrancar", escrevem Cátia Terrinca e Ricardo Boléo no prefácio. Orlanda Amarílis Lopes Rodrigues Fernandes Ferreira nasceu em 1924, em Santa Catarina, Lisboa. Filha de Alice Lopes Fernandes e de Armando Napoleão Fernandes, autor do primeiro dicionário de língua crioula-portuguesa. Orlanda iniciou a sua carreira literária na Folha da Academia Certeza (São Vicente, 1944-1945), destacando-se desde o primeiro momento com o texto "Acerca da Mulher".


Nas suas obras Cais de Sodré té Salamansa (Coimbra, 1974), Ilhéu dos Pássaros (Lisboa, 1983) e A Casa dos Mastros (Lisboa, 1989), cada uma composta por sete contos, a autora partilha retratos vívidos da vida da mulher cabo-verdiana, tanto nas ilhas como na diáspora. A forma de oralidade no contar das histórias e a linguagem narrativa, rica em imagens da realidade das ilhas, encanta os leitores.


Além dos livros já mencionados, Orlanda Amarílis é também autora de três livros infanto-juvenis: Folha a Folha (Lisboa Editora, 1987), Facécias e Peripécias (Porto Editora, 1990) e A Tartaruguinha (Instituto Camões/Centro Cultural Português Praia-Mindelo, 1997).


A obra de Orlanda Amarílis tem sido objeto de várias teses de doutoramento, que faz jus a importância do seu legado literário no panorama cultural lusófono: “O realismo na obra de Orlanda Amarílis”, de Isabel Maria Rondoni Martins Abranches Baptista Ramos, Universidade de Évora (UE), 2002; “Caleidoscópio de cenas: Narrativa de autoria feminina e reflexão sobre o espaço sociocultural em Cabo Verde”, de Sonia Maria Santos, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2004; “Caminhos da ficção cabo-verdiana produzida por mulheres: Orlanda Amarilis, Ivone Aida e Fátima Bettencourt”, de Pedro Manoel Monteiro, Universidade de São Paulo (USP), 2014; e “Casa de silêncio, Mar de solidão: o espaço literário nos contos de Orlanda Amarílis e de Sophia de M. B. Andresen”, de Fabiana Miraz Freitas Grecco, Universidade Estadual Paulista (UNESP), 2014. 

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