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Entre os dias 4 e 11 de abril, o cinema francês L’Arlequin recebe a 25ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris (Festival du Cinéma Brésilien de Paris), considerado um dos mais importantes canais de difusão da cultura brasileira em França, desde o final dos anos 1990.
Organizado pela Associação Jangada, a iniciativa celebra 25 anos de existência com a exibição de 28 produções nacionais, em grande maioria ligadas à música, como: Andança – Os encontros e as memórias de Beth Carvalho, de Pedro Bronz; Belchior – apenas um coração selvagem, de Natália Dias e Camilo Cavalcanti; Jair Rodrigues – Deixa que digam, de Rubens Rewald e Vale tudo com Tim Maia, de Nelson Motta e Renato Terra. O filme Elis & Tom, só tinha de ser com você, de Roberto de Oliveira e Jom Tob Azulay, abre oficialmente a programação desta terça-feira, às 19h.
A vertente musical é explicada pela fundadora e diretora da mostra, Katia Adler, de 61 anos, como um caminho natural diante da queda da produção cinematográfica nos últimos quatro anos no país. “Bolsonaro conseguiu o que queria com sua política de ataque às artes e à cultura. Ao mesmo tempo, percebi que vários dos filmes que eu havia selecionado tinham por tema, ou fio condutor, a música”, diz em comunicado à imprensa.
Sem patrocínio, o evento conta com os apoios da Prefeitura de Paris e da Embaixada do Brasil. Em 2020, ano da pandemia, realizou uma versão online por meio da plataforma Jangada VoD e debates nas redes sociais. Adler também é responsável pela criação e articulação da 24ª Festa do Cinema Francês, em Lisboa; o 17º Festival de Films Brésilien de Montréal; e do 15º Brazil Film Fest, em Toronto.
Na programação, destaques ainda para o drama biográfico Marighella (2019), primeira direção do ator Wagner Moura (Tropa de Elite e Narcos), baseado na vida do militante comunista, político e escritor Carlos Marighella (1911-1969), um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura militar brasileira, interpretado pelo cantor e compositor Seu Jorge.
Já a ficção Medida provisória (2020), de Lázaro Ramos, apresenta um futuro distópico na cidade do Rio de Janeiro, em que um advogado leva o governo à Justiça para indenizar os descendentes de pessoas escravizadas. Em meio a um clima de terror ligado a questões sociais e raciais, o regime autoritário do país impõe uma medida obrigando os cidadãos negros a emigrarem para a África.
E Marte um, filme de Gabriel Martins pré-indicado a representar o Brasil na disputa do Oscar 2023 na categoria Melhor Filme Internacional. A trama discorre sobre uma família negra da periferia de Contagem, Minas Gerais, em busca de seus sonhos em um país que acaba de eleger um presidente de extrema-direita, e que representa o contrário de tudo que são.
Para a mostra competitiva foram selecionados seis filmes autorais das produções mais recentes: A mãe, de Cristiano Burlan; Vermelho Monet, de Halder Gomes, Paloma, de Marcelo Gomes; Noites alienígenas, de Sergio de Carvalho; Marinheiro das montanhas, de Karim Aïnouz; e Regra 34, longa de Julia Murat, vencedor do Leopardo de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça, em agosto passado.
Entre os convidados com presença confirmada estão Carmelo Maia (filho de Tim Maia, Vale tudo com Tim Maia); a cantora Letrux (Letrux: viver é um frenesi, de Marcio Debellian); o ex-jogador de futebol Raí (Democracia em Preto e Branco, de Pedro Asbeg); a atriz Maria Fernanda Candido (Vermelho Monet, de Halder Gomes); e o jornalista, compositor, produtor musical e escritor Nelson Motta, de 78 anos, homenageado da edição.
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