Diversidade e Inclusão já não são prioridade. Festival Feira Preta obrigado a adiar 23ª edição

March 19, 2025
Festival Feira Preta adia 23 edição

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O Festival Feira Preta, maior evento de cultura e empreendedorismo negro da América Latina, anuncia o adiamento da edição de 2025 em São Paulo (Brasil) para 2026, em razão da escassez de patrocínios privados. Uma edição do evento em Salvador, em negociação desde o final do ano passado com marcas e instituições locais, acontecerá em novembro levando para o território baiano investimentos já captados.


A falta de patrocínio, que obriga a uma mudança de estratégia no maior evento de cultura e empreendedorismo negro do Brasil e da América Latina — responsável por movimentar 14 milhões de reais (equivalente a cerca de 2.3 milhões de euros) na última edição —, é mais um reflexo de um cenário já saturado. Sobre este tema, o jornalista Adailton Moura já escreveu na BANTUMEN, e o seu artigo pode ser lido aqui.

A escolha da capital baiana não é aleatória. O Instituto Feira Preta atua na Bahia desde 2017 com iniciativas formativas e mantém há quase cinco anos a Embaixada Preta Cachoeira (antiga Casa PretaHub Cachoeira) no Recôncavo Baiano. A transferência do evento para Salvador representa uma estratégia de expansão da tecnologia social desenvolvida pelo festival. "Seguimos firmes no compromisso de criar espaços de potência e visibilidade para o empreendedorismo negro", afirma Adriana Barbosa, idealizadora do Festival. "Estamos buscando novos modelos de financiamento e parcerias para garantir a continuidade do festival em sua plenitude nos próximos anos, garantindo sua perenidade como uma das mais importantes plataformas de fortalecimento da economia negra no Brasil”.



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O adiamento da edição paulistana reflete um cenário mais amplo de retração de investimentos corporativos em eventos culturais voltados para a diversidade e que seguem a linha de comunicação norte-americana sobre o cancelamento deste tipo de atividades voltadas para a inclusão. Outros festivais como o Batekoo enfrentam desafios semelhantes. Além da redução dos patrocínios, a burocracia interna das grandes empresas têm dificultado a liberação de recursos, tornando o processo de captação mais complexo e demorado.


Na última edição, o Festival Feira Preta movimentou cerca de R$ 14 milhões entre empreendedores, artistas, veículos de comunicação e cadeia produtiva, beneficiando diretamente 170 empreendedores negros e gerando aproximadamente 600 empregos temporários.


Os empreendedores já inscritos para a edição de São Paulo seguem em processo de curadoria para possível participação no evento de Salvador. A organização também negocia outros eventos ao longo do ano, procurando criar novas oportunidades de negócios para expositores.


Entre as iniciativas confirmadas para 2025, o Festival Feira Preta participará, em junho, do Women Music Event (WME), levando ao evento uma feira de produtos e serviços de empreendedores negros.


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