Fevereiro marca a luta contra a mutilação genital feminina na Guiné-Bissau

February 3, 2025
Fevereiro Guiné-Bissau
Imagem cedida pelo Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas

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O Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas, tutelado pelo Ministério da Mulher, Família e Solidariedade Social da Guiné-Bissau, iniciou uma intensa campanha de sensibilização para o abandono como a mutilação genital feminina (MGF). Este esforço de consciencialização ocorre durante todo o mês de Fevereiro, coincidindo com o Dia Internacional de Tolerância Zero à MGF, celebrado no dia 6


A campanha visa educar as comunidades, principalmente as do interior do país, sobre os perigos destas práticas, com 52% das mulheres guineenses sendo sobreviventes do tradicional "fanado", que pode causar danos irreversíveis a mulheres e crianças, muitas das quais ainda na adolescência.


Marliatu Djaló, presidente do Comité, destacou em entrevista à BANTUMEN a complexidade da luta contra a MGF, enfatizando as barreiras culturais, étnicas e religiosas. “A mutilação genital feminina é uma prática secular, enraizada nas culturas étnicas e religiosas, o que a torna particularmente delicada,” explicou Djaló. Apesar dos desafios, acredita que com o envolvimento adequado, resultados significativos podem ser alcançados num curto período.


A campanha foi lançada com a estreia de um filme curta-metragem intitulado “Fanadu Ta Dá Kalabus” ou “Fanado Pode Dar Prisão”, destinado a alertar a população sobre os riscos e incentivar a denúncia às autoridades competentes.


Além do filme, o Comité vai organizar várias atividades ao longo do mês, incluindo viagens de sensibilização pelo Leste, Norte e Sul do país, e concursos inter-escolares para fomentar um maior empenho nos estudos e no conhecimento dos perigos associados a práticas tradicionais prejudiciais. No dia 6 de fevereiro, um evento central será realizado em Bafatá, no Leste, com concursos de desenho sobre a MGF e palestras que se estenderão até a capital, Bissau, envolvendo escolas. O objetivo é manter um diálogo contínuo sobre práticas nefastas num intercâmbio que durará todo o ano, visando alcançar todas as comunidades, escolas e aldeias da Guiné-Bissau.

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