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Em 2000, um grupo de dez atores reuniu-se na Casa de Cultura de Quelimane, em Moçambique, com o objetivo de criar um grupo de teatro de referência na província e no país. “Os Retratistas” foi o nome escolhido pelos fundadores, que surgiu da vontade de querer retratar o dia-a-dia através do teatro. A BANTUMEN esteve à conversa com Victor dos Santos Mulupata, atual presidente do Grupo Teatral Os Retratistas (GTR).
Conhecido artisticamente como Sannelo, Victor Mulupata é um dos membros fundadores do GTR. Sannelo, conta-nos que fazer parte do grupo foi a realização de um sonho: fazer teatro. Atualmente com 260 membros, o grupo de teatro trabalha em quinze distritos moçambicanos, na província da Zambézia. O processo de recrutamento é voluntário e livre, com dez vagas disponíveis, anualmente, para novos membros.
Os Retratistas usam o método do Teatro do Oprimido, que é “forma de fazer teatro onde o público não só assiste, mas passa a ser ator”. E pela mesma razão, o objetivo sempre foi divulgar mensagens educativas de sensibilização sobre assuntos e problemas pontuais às comunidades.
“A principal visão do GTR é usar o teatro como uma ferramenta de diálogo com as comunidades, onde elas por si só aprendem as boas práticas de convivências sociais e procuram soluções dos problemas que os afetam no dia-a-dia” diz Sannelo. “Os temas abordados nas peças são de intervenção social, como: promoção dos Direitos da Criança, disnutrição crónica, prevenção à exploração e abuso sexual, prevenção a uniões prematuras, prevenção à malária, HIV SIDA, mudanças climáticas, prevenção a doenças transmissíveis e não transmissíveis, entre outros. A importância de tratar esses temas nas peças é de despertar e chamar a atenção às comunidades de modo a adotarem boas práticas e mudança de comportamentos de riscos para comportamentos aceitáveis”.
Em 2013, o Grupo Teatral Os Retratistas concorreu a uma oportunidade lançada pela UNICEF Moçambique e, desde então, realizaram inúmeros projetos juntos. Através desta parceria, o GTR obteve uma maior visibilidade e recursos. Isto permitiu a sua expansão em dez distritos (da Zambézia) e trouxe parcerias com outras organizações, como por exemplo com a Save the Children ou o FGH (Friends in Global Health) e, até, com o governo.
“O feedback das peças tem sido positivo, pois notamos através da colecta de histórias de sucesso e depoimentos de histórias de vida das comunidades, que afirmam ter mudado de certos comportamentos porque tiveram informação através das peças de teatro que assistem nas comunidades” diz Sannelo. Até o ano passado, o GTR não possuía nenhuma rede social. A presença do grupo teatral no Facebook, que é a rede social mais utilizada na sua comunidade, tem sido uma ferramenta importante tanto na divulgação do seu trabalho, como no feedback – permitindo uma maior aproximação entre o público e os atores.
Victor “Sannelo” diz que daqui a cinco anos o GTR será um grupo com “escritórios próprios, uma TV Retratistas e com sede nos quinze distritos”.
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Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para redacao@bantumen.com.
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