Guiné-Bissau quer que o seu Carnaval seja Património Mundial da Humanidade

A Guiné-Bissau está a formalizar a candidatura do seu Carnaval ao título de Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO. A celebração, que ocorre anualmente em março, é uma verdadeira manifestação da diversidade cultural e da identidade nacional, que une as diferentes etnias do país. O evento mistura influências africanas e coloniais, com danças, músicas e desfiles que celebram a riqueza cultural guineense.

A proposta de reconhecimento pela UNESCO surge num momento de crescente valorização do património cultural da Guiné-Bissau, que busca proteger e promover as suas tradições para as gerações futuras. Para o governo e os organizadores, este reconhecimento é uma forma de preservar uma parte essencial da memória coletiva do país.

Para Ezequiel Mwacir, supervisor da comissão organizadora do Carnaval 2025, “o que se vê na Guiné-Bissau, não se encontra em nenhuma parte do mundo”, afirma, acrescentando que a diferença em relação a outros carnavais é que o da Guiné-Bissau “é autêntico” porque resulta do mosaico cultural e étnico do país.

O Carnaval da Guiné-Bissau é um espetáculo cultural, mas também um espaço de reflexão e afirmação identitária, sendo um reflexo da pluralidade do país. Este movimento para tornar o Carnaval um património da humanidade procura, além de salvaguardar a festa, promover a sua inserção num mercado cultural mais amplo, o que pode também beneficiar a economia local, através do turismo cultural. 

Ainda no início do mês de março, escrevemos sobre a edição de Carnaval deste ano. A ministra da Cultura, Juventude e Desportos, Maria Conceição Évora, destaca a importância da festa como símbolo de inclusão e respeito pela diversidade: "O carnaval mostra que a Guiné-Bissau é feita de união. Aqui não há política, raça ou religião que nos separe. A diversidade é a nossa força, e devemos aprender a conviver com as diferenças." O desflie contou com a participação de 17 grupos dos bairros de Bissau e 8 das regiões, que apresentaram-se nos dias 2 e 3 de março na Avenida General João Bernardo Vieira, levando ao público e aos turistas um espetáculo de cores, danças e tradições profundamente enraizadas na cultura guineense.

Com esta candidatura, a Guiné-Bissau espera atrair maior atenção para as suas tradições e melhorar a visibilidade do país no cenário global. A proposta será acompanhada de um plano de valorização e preservação das práticas culturais associadas ao evento, com a participação ativa das comunidades locais. O sucesso da candidatura pode garantir um futuro mais seguro e sustentável para o Carnaval e outras manifestações culturais da Guiné-Bissau.