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É já na próxima semana que acontece o IndieLisboa, uma edição que irá decorrer de 27 de abril a 7 de maio e que marca os 20 anos do festival de cinema lisboeta.
O IndieLisboa é um festival generalista que, todos os anos, atrai público e profissionais de cinema de todo o mundo, dando-lhes a oportunidade de participar nesta celebração do cinema que preza a diversidade, apresentando ficções, documentários, animações, filmes experimentais e curtas-metragens.
Nesta edição, o certame apresenta mais de 250 filmes que se destacaram pelo mundo fora pela sua singularidade, mas também novidades surpreendentes. Contudo, a programação, além de trazer a Lisboa filmes de diferentes partes do mundo, alguns trabalhos recentes, outros redescobertos no tempo, uns de talentos emergentes, outros de autores de renome, distribuídos pelas diferentes secções, foca-se também em diversas temáticas urgentes, e contadas por diferentes vozes.
A programação está divida em 15 partes competitivas, onde em dez temos longas metragens realizadas por cineastas negros, com um elenco e/ou equipa de produção negras.
Começamos com Le Bagarre, de Ali Cherri, que está a fazer parte da competição internacional. O argumento conta a história de Maher, no Sudão, que trabalha perto da barragem de Merowe. Todas as noites, ele aventura-se secretamente no deserto, para construir uma misteriosa construção feita de barro. À medida que os sudaneses se erguem para exigir liberdade, a sua criação parece ganhar vida. A primeira sessão desta longa metragem (80 mins) será exibida no dia 1 de maio às 21h45 na Culturgest, pequeno auditório C.454.
Suddenly Tv, de Roopa Gogineni
Ainda fazendo parte da competição internacional, temos Suddenly Tv, de Roopa Gogineni, que conta a saga de um grupo de jovens revolucionários que, munidos de câmera e um microfone feitos de garrafões de plástico, entrevistam manifestantes nos protestos em massa de 2019 contra o regime militar do Sudão. A primeira sessão desta longa metragem de 84 mins será exibida no dia 2 de maio às 19h15 na Culturgest, pequeno auditório C.198.
Passando para a competição nacional, temos a Morte em Agosto, de Bruno Abib, a primeira sessão desta curta metragem de 16 minutos será exibida no dia 2 de maio, às 19h no cinema de São Jorge, sala Manoel de Oliveira C.222. A sinopse deste filme de ficção revela que “um acontecimento traumático leva a diferentes formas de reagir entre os membros de um grupo de amigos. Enquanto uns se revoltam, outros afastam-se da realidade, procurando aconchego num mundo virtual”.
Na mesma categoria há ainda Rosinha e os outros bichos do mato, com exibição pela primeira vez no dia 2 de maio, às 21h45 no Culturgest, auditório Emílio Rui Villar C.577. A película fala-nos sobre a Exposição Colonial do Estado Novo, em 1934, onde o viril Império português exibe como símbolo máximo Rosinha, uma nativa guineense. Rosinha e os outros bichos do mato revisita este acontecimento para entender o que nele se construiu e como ainda hoje pode ecoar no pretenso “racismo suave” dos portugueses.
Súlu S’áua, de Sofia Borges
Outro filme que revisita o passado colonial e as suas fricções com o presente é Súlu S’áua, de Sofia Borges, e que está também na competição nacional. A curta de 30 minutos será exibida pela primeira vez no dia 1 de maio, às 19h no cinema de São Jorge, sala Manoel de Oliveira C.216. O argumento fala da exploração de uma ilha dominada por violência e por fantasmas, em que a única solução para o regresso a uma coexistência pacífica, entre o mundo dos vivos e o dos que já partiram, é o saldar das dívidas do passado.
Nas sessões especiais temos O fim do mundo ao festival, de Basil da Cunha e que em 2020 venceu na categoria de melhor longa-metragem nacional. O filme será exibido no dia 6 de maio, às 18h30, no Fernando Lopes cinema C.544. No dia sete, será a vez de Mistida (30 minutos) de Falcão Nhaga e que será exibido no dia 7 de maio às 18h30, na Culturgest, no pequeno auditório C.255.
Maputo Nakuzandza é um filme de Ariadine Zampaulo, que reflete “um mosaico de histórias que se cruzam pela cidade de Maputo, criando uma sinfonia que aqui não é apenas polvilhada a notas urbanas, mas também de género, onde se inscrevem fragmentos e elementos documentais, da ficção, da performance e da arquitetura, onde a rádio se coloca como elemento que costura os tecidos soltos que compõe a cidade”, lemos na sinopse. Com 60 minutos, o longa vai ser exibido no pequeno auditório da Culturgest, no dia 27, às 19h15.
Os Tempos Conturbados (2022) – Trailer from Carlos Tavares Pedro on Vimeo.
Na secção novíssimos temos Os tempos conturbados de Carlos Tavares, uma curta-metragem que revela a história dos primeiros momentos de independência angolana pela voz de Filomena Lopes, com o apoio de arquivos fotográficos pessoais. O filme de 21 minutos será exibida pela primeira vez no dia 29 de abril, às 21h45, na Culturgest, auditório Emílio Rui Villar C.532.
Na secção Director’s Cut temos ainda A rainha diaba de António Carlos da Fontoura, uma longa metragem que conta a vida de Madame Satã, uma das transformistas mais conhecidas do Brasil do início do século XX. O filme vai ser exibido no dia 27 de abril às 21h30 na cinemateca portuguesa, sala Félix Ribeiro C.114
Na secção Silvestre da competição temos a longa metragem de Alice Diop, Saint Omer, laureado com um César este ano. A longa terá a sua antestreia pela primeira vez em Portugal no dia 29, às 22h, no cinema ideal C.586.
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