Koyo Kouoh, a primeira mulher negra e africana curadora da Bienal de Veneza

Pela primeira vez, a Bienal de Arte de Veneza será liderada por uma mulher negra e africana. Koyo Kouoh, nascida nos Camarões, foi escolhida para assumir a direção do Departamento de Artes visuais da Bienal e será a curadora da 61ª edição da renomada exposição de arte contemporânea, a acontecer em Veneza, na Itália, de abril a novembro de 2026.

Conhecida pelo seu trajeto no mundo das artes, Koyo Kouoh, curadora-chefe e diretora-executiva do Zeitz Museum of Contemporary Art Africa (Zeitz MOCAA) na Cidade do Cabo, tem trabalhado de forma inovadora no campo da arte contemporânea africana e diáspora africana, incluindo a marcante exposição When We See Us: A Century of Black Figuration in Painting em 2022, que explorou cem anos de autorrepresentação negra.

O que isso significa para a comunidade negra?

Diz-se que “a melhor forma de arquivar o pensamento civilizatório, seja ele qual for, é por via da arte”. Na verdade, a arte tem a capacidade de despertar e serve de ensaio seja no campo teórico ou prático da realidade que vivemos.

Como ela mesmo diz: "A arte é uma forma de expandir horizontes, de pensar além do que é imediatamente visível. Ela nos desafia a reconsiderar quem somos e o que é possível."

A escolha de Koyo Kouoh como curadora principal da Bienal de Veneza acaba por ser um manifesto de transformação para além de marcar um momento de passagem na história da arte contemporânea e no papel das mulheres negras africanas no mundo cultural, onde se têm tido cada vez mais espaço.

É verdade que o mundo tem mudado e que, neste cenário frequentemente viciado por narrativas eurocêntricas, ter a Koyo como uma das pessoas pensantes num dos maiores eventos de arte do mundo, representa mais do que uma conquista individual. É coletivo - é um passo poderoso no reequilíbrio cultural.