Sidónio Pais e Eneida Marta recordam legado de Américo Gomes

March 3, 2025
legado de Américo Gomes

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A morte de Américo Gomes, conhecido como "Digue Dazz", aos 53 anos, apanhou de supresa o cenário artístico e cultural da Guiné-Bissau. O músico faleceu em Lisboa no dia 20 de fevereiro de 2025, mas o seu legado continua a ser celebrado, especialmente por aqueles que partilharam a sua trajetória artística.


Na cerimónia de sepultamento, realizada a 01 de março no Cemitério Municipal de Bissau, diversas personalidades, incluindo músicos e outros agentes culturais, reuniram-se para prestar homenagem àquele que é, por muitos, considerado um ícone da música guineense. Entre os presentes estavam figuras como Fernando Fafé, Ramiro Nakaa, Charbel Pinto, Atanásio Atchué, Sambala Kanuté e outros músicos que acompanharam o percurso de Digue Dazz.


Eneida Marta, cantora e amiga de Américo, manifestou a sua dor pela perda. "Américo foi uma das pessoas que mais me ajudaram na minha formação como cantora. Ele sempre teve uma visão única sobre a música e sobre a vida. A sua partida é uma grande dor para todos nós, mas devemos honrar o seu legado e continuar a partilhar as suas músicas", afirmou.



Sidónio Pais, músico e amigo de longa data de Américo Gomes, que também esteve presente na cerimónia, recordou com carinho os momentos que partilhou com ele. "Tivemos dois momentos muito especiais juntos. O primeiro foi durante a gravação do meu álbum de 20 anos de 'Capa Negra', quando Américo teve a ideia de usar uma pomba branca na capa do disco. O segundo momento foi quando ele sugeriu que fizéssemos um dueto. Fiquei surpreendido com a ideia, mas acabámos por criar uma música que se tornou muito popular", disse Sidónio Pais.


Para Sidónio, Américo não foi apenas um músico talentoso, mas também um inovador da música guineense. "Ele foi um verdadeiro revolucionário da cultura guineense. Tinha uma voz única e trouxe uma sonoridade nova à música do nosso país. Américo fez história ao apostar numa sonoridade diferente, num momento em que muitos de nós ainda estávamos a explorar outros estilos", acrescentou.


Américo Gomes nasceu a 20 de janeiro de 1972, em Caió, na região de Cacheu, e construiu uma carreira sólida ao longo dos anos. Foi o primeiro artista guineense a conquistar um disco de prata, com a música "Nha Nomi" (2001), e lançou sete álbuns ao longo da sua trajetória. O seu último trabalho, Atrição (2022), foi uma homenagem a Calózinho, dos Tabanka Djazz.


Ao longo da sua carreira, Américo teve a oportunidade de viver em diversos países, incluindo Portugal e Alemanha, onde se formou em Gestão Empresarial. A sua música atravessou fronteiras e conquistou fãs internacionais, consolidando-se como uma das figuras mais importantes da música guineense.

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