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Entre a moda, o empreendedorismo e a paternidade, o F*CKINGOURGEOUS Luís Borges

November 11, 2024
Luís borges entrevista nov 24
Luís borges, ModaLisboa 2024 | DR

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Luís Borges é um dos modelos negros de maior sucesso em Portugal, e, ao longo da sua carreira, tornou-se num símbolo de representatividade e força para muitos jovens, especialmente para a comunidade negra e LGBTQIA+. Sendo uma dessas figuras que transcendem a imagem, o seu percurso, feito de resistência, trabalho e amor pela arte, inspira uma nova geração e abre caminhos onde, muitas vezes, as portas parecem estar trancadas. 


Numa conversa sincera com a BANTUMEN, Luís fala sobre as barreiras que enfrentou, o impacto da sua presença nas passarelas, a responsabilidade de ser uma figura pública e o equilíbrio que procura na vida pessoal, entre a paternidade e a exposição mediática.  


Ao analisar quem é o ser humano além dos holofotes, Luís ri-se antes de responder com o brilho de quem já viu mais do que a maioria imagina. "Bem... batalhador, criativo, empreendedor e... resiliente. Eu diria que são as palavras que me definem. Muita gente acha que me conhece, que entende a imagem que passo, mas a verdade é que sou um conjunto de camadas, e nem todas são fáceis de desvendar. Nos primeiros anos, para sobreviver no mundo da moda, tive que criar essa ‘capa’ forte e segura, que me protegeu enquanto enfrentava um ambiente onde nem sempre fui bem recebido. Ao longo do tempo, fui reconhecido e cheguei a ser uma referência, mas muitas vezes como uma ‘figura’ e não como quem sou. Com o tempo, essa capa foi caindo, e o Luís autêntico começou a aparecer.”


Devido ao seu crescimento num meio conservador e a todas as barreiras que enfrentou pelo caminho, Luís explica que o seu processo de aceitação e afirmação foi tudo menos linear. "É complicado," diz, respirando fundo. "A minha infância e adolescência foram moldadas por expectativas muito rígidas. O meu pai, por exemplo, era jogador de futebol, uma figura masculina tradicional. Ou seja, eu ouvia constantemente frases como ‘nunca vou ter um filho homossexual’. Isso magoava muito e, de alguma forma, empurrava-me a tentar corresponder às expectativas que não eram as minhas."

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As redes sociais dão a impressão de que o sucesso é instantâneo

Luís Borges

Aos 19 anos, saiu de casa e foi para Lisboa sozinho. Mesmo tendo sido uma transição dura, foi algo misturado de medo e libertação. “Durante o primeiro ano, quase não falei com os meus pais. Esse silêncio era a minha forma de tentar encontrar o meu caminho sem a pressão das expectativas deles". Começou a trabalhar como vendedor em duas lojas, das 9h às 18h numa e das 19h às 1h na outra. "Um trabalho intenso mas dava-me autonomia. Era também uma época de muita ansiedade. Lisboa podia ser uma cidade fria e solitária, mas com o tempo, fui encontrando o meu espaço e aprendendo a viver com o que sou de verdade".


Pouco tempo depois, as cartas mudam e, no mundo da moda, Luís passa a estar pronto para tudo e a desfilar em grandes passarelas. Porém, sendo a moda um mundo de pressões constantes e transformações rápidas, o modelo admite que gerir uma carreira e o bem-estar nessa indústria é como viver numa montanha-russa. "Não é fácil," responde, com um olhar sério. "Quando comecei, o cenário era outro. Hoje é tudo rápido, imediatista, as redes sociais dão a impressão de que o sucesso é instantâneo, mas não é bem assim. A moda exige uma dedicação constante, e muitas vezes as pessoas veem apenas o glamour e não imaginam o trabalho que está por trás."


"Fiz muitos trabalhos em Paris, em Londres, onde o ritmo é implacável. A produção de uma campanha é exaustiva, envolve dezenas de pessoas e cada detalhe importa. Aprendi a respeitar muito os profissionais que fazem parte da indústria, desde os fotógrafos até aos técnicos de iluminação. E a verdade é que a moda internacional deu-me uma visão de disciplina e humildade que trouxe comigo para Portugal. Hoje, sinto-me em paz com o meu percurso. O que conquistei, conquistei com esforço, e sei que posso contribuir para abrir espaço a novas gerações de modelos. Mas, se um dia tiver que me afastar da moda, farei isso com a certeza de que fiz o melhor possível."


Como um dos poucos modelos negros de grande sucesso em Portugal, Luís reflete no impacto e na responsabilidade de abrir caminho para outros. "Ser negro e gay fez de mim uma exceção num meio que ainda tem muitos preconceitos. Quando comecei, lembro-me de olhar para o Armando Cabral, que já era um modelo reconhecido fora de Portugal. Ver alguém como ele fez-me perceber que eu também podia conquistar o meu espaço. Mas foi um caminho difícil porque, se for a ver bem, ali estava eu no meu primeiro ModaLisboa mas também era uma primeira vez para o Armando, um nome sólido na indústria, especialmente internacional, e isso foi chocante.” Através desta reflexão, Luis enfatiza a segregação e falta de diversidade nos desfiles portugueses que, ironicamente, infantilizam nomes estabelecidos para além das fronteiras lusas. 

Luís borges entrevista nov 24

Fotos DR

Luís borges entrevista nov 24

"A primeira vez que desfilei na ModaLisboa, era quase como se estivesse a abrir uma porta nova, para mim e para os outros. Hoje, quando recebo mensagens de jovens negros e gays que dizem que se inspiram em mim, percebo o impacto do meu trabalho. Ver mais diversidade na moda é fundamental, e espero que a minha trajetória mostre que é possível ser autêntico e ter sucesso. Mas não é só sobre mim; é uma questão de transformar o ambiente para que a moda em Portugal possa acolher todos nós, independentemente da nossa origem, orientação ou cor."


Para Luís, o conceito de ser modelo vai muito além do glamour que muitos associam à profissão: "Ser manequim não é só postar fotos no Instagram," diz com um leve sorriso. "Antes, as redes sociais nem faziam parte da nossa rotina. Era preciso viajar, conhecer pessoas, e o trabalho em si era uma construção diária de experiência e profissionalismo. Hoje em dia, parece tudo mais fácil, mas o verdadeiro sucesso exige muito mais do que apenas imagem."


Para Luís, ser modelo é seguir o exemplo de ícones que abriram portas para outras gerações. "Lembro-me da Naomi Campbell, que é uma lenda. Ela lutou contra o preconceito e mostrou-nos que podemos ocupar o nosso espaço. É essa visão que devemos ter: a visão de lutar, de quebrar barreiras, de conquistar com mérito. Porque, no final, a moda é um reflexo da sociedade, e a nossa presença é uma afirmação de quem somos e de onde queremos chegar."


Luís sorri ao recordar momentos inesquecíveis da sua trajetória. “O momento mais marcante? Ah, isso é difícil," diz, pensativo. "Mas eu diria que foi a primeira vez que me vi numa grande campanha internacional. Era algo que jamais imaginaria acontecer.” Ele lembra-se, em particular, do impacto desse momento: “Eu estava num set enorme, com um ambiente completamente diferente de tudo o que já tinha visto. Até àquele ponto, só o Fernando Cabral, outro grande modelo, tinha feito algo assim parecido. Sentir que eu estava ali, a representar muitos, de alguma forma, foi emocionante.”


Há um outro momento que quis também recordar: “Foi numa sessão para uma campanha com Tom Ford. O nível de profissionalismo, o cuidado com cada detalhe... É algo que me marcou profundamente. Lembro-me do Tom Ford, o próprio, a ajeitar e lavar-me o cabelo, e eu pensei ‘Isto é surreal!’. Era como um sonho realizado,” conta Luís, rindo e cheio de nostalgia. Esse momento representou um ponto de virada. “Aquele momento fez-me acreditar que tudo é possível. Vi-me numa foto em Times Square e pensei ‘Uau, realmente cheguei aqui’. É algo que nunca vou esquecer,” reflete.

"Faço questão de ensinar-lhes que o mais importe não são as coisas materiais, mas as oportunidades e a educação"

Luís Borges

Com uma forte presença nas redes sociais, Luís confessa que nem sempre é fácil equilibrar a vida pessoal com a exposição pública exigida pela sua carreira. "É verdade que tiro proveito das redes sociais, mas sou uma pessoa que valoriza o momento e o aqui e agora. Antigamente, filmava tudo, documentava cada detalhe da minha vida," reflete. "Hoje em dia, vejo-me a aproveitar mais o momento do que a publicar sobre ele."


Luís também partilha como mantém algum distanciamento das redes sociais, especialmente para proteger a sua paz. "Eu sei que, em parte, as redes são um veículo para o meu trabalho, mas não sou daquelas pessoas que documentam tudo. Prefiro viver algumas coisas sem pensar no que vou partilhar depois," conta-nos. Essa escolha reflete-se também no seu papel como pai, onde faz questão de resguardar a privacidade dos filhos.


Luís Borges é pai de três filhos adotivos e a paternidade é uma das áreas mais desafiantes e gratificantes da sua vida. Para ele, ser pai significa estar presente de forma constante, mas também estabelecer um espaço seguro para o crescimento das crianças. "Quando comecei a minha carreira, ainda estava numa fase muito intensa. Eu e o Eduardo (pai dos seus filhos) fizemos escolhas difíceis para garantir que as crianças fossem a nossa prioridade. Hoje, percebo o valor disso, de estar com eles e de os deixar crescer num ambiente que os respeite," desabafa. 


A escolha da adoção não surgiu do acaso, mas da sua própria história pessoal. "Eu sou adotado e o meu pai adotivo é irmão da minha mãe biológica. Cresci com bons exemplos, que sabiam exibir o que era viver com muito amor e sempre quis dar aos meus filhos o amor que eu vi”, destaca, acrescentando que a paternidade trouxe desafios, mas também lições diárias. "Tenho um filho que é autista e ele tem uma visão única do mundo. Há dias em que quer abraços, outros em que precisa de mais espaço. Isso faz-me perceber que nós, adultos, queixamos-nos de tanta coisa desnecessária", partilha.


Sobre a exposição das crianças, "a minha filha mais velha já tem 12 anos e é aquela fase em que começam a querer um espaço próprio. Tento equilibrar o que publico sobre eles, porque quero que tenham uma infância normal e que não se sintam pressionados a ser algo só por estarem expostos ao público."


Ver os filhos crescer é perceber que a paternidade é um exercício de paciência e empatia, pondera o modelo. "O importante é estarmos sempre lá para eles, mesmo que o caminho nem sempre seja fácil. Faço questão de mostrar-lhes o mundo e, ao mesmo tempo, de os ensinar a valorizarem o que têm, especialmente numa sociedade que, por vezes, pressiona-nos para ter cada vez mais." O contexto social é também um fator importante para Luís. "Os meus filhos vieram da Guiné-Bissau e de condições precárias. Hoje, têm o necessário, e eu faço questão de ensinar-lhes que o mais importante não são as coisas materiais, mas as oportunidades e a educação." Luís sorri ao falar de como ensina os filhos sobre o valor das coisas, revelando que até o presente de Natal é escolhido com cuidado, porque há que haver um balanço e uma sensibilidade no que toca ao seu senso de gratificação e trabalho árduo. "Ensino-os a valorizarem o que têm e a perceberem que nem sempre podemos ter tudo o que queremos", completa com um olhar orgulhoso.


Sem hesitar, Luís exprime que a paternidade é uma jornada constante de amor, resiliência e paciência. "Ser pai é um desafio diário, sem dúvida. Há dias em que tudo parece fácil, e outros em que a realidade pede-nos ainda mais. Mas cada segundo vale a pena, e eu estou sempre aqui para eles, para os guiar e proteger, para dar-lhes o amor e o suporte que merecem", finaliza.

Luís borges entrevista nov 24

Luís Borges e os três filhos | DR

Sobre os valores que mais procura passar aos filhos e como os ensina a lidar com temas como diversidade e aceitação, o modelo considera que acima de tudo, quer que respeitem os outros. “Eu sei que pode parecer simples, mas o respeito é a base de tudo, principalmente numa sociedade onde, infelizmente, ainda existem preconceitos e discriminações. Acredito que é essencial ensiná-los a aceitar as diferenças e a respeitar a individualidade de cada pessoa. Tento educá-los a serem abertos e a compreenderem que o mundo é feito de pessoas diversas.” E exemplifica: “houve uma vez em que o Edu viu uma personagem transexual numa série e perguntou o que significava. Em vez de ignorar ou dar uma resposta vaga, expliquei de forma simples o que era, porque acredito que o conhecimento liberta. Quando falamos abertamente, criamos uma base de confiança. É algo que eu próprio não tive na minha infância, então faço questão de criar um ambiente seguro e aberto onde possam perguntar tudo.”


“Quando o Edu passou pela experiência de ouvir um colega chamar-lhe de ‘preto’ de forma depreciativa, conversei com ele e reforcei que essa atitude é um reflexo do que a outra criança aprendeu em casa, e não do seu próprio valor. Quero que eles cresçam com a segurança de saber que são únicos, que a sua diferença é a sua força. Como pais, temos a responsabilidade de preparar os nossos filhos para o mundo, mas também de mostrar-lhes que eles têm o poder de transformar a realidade ao seu redor”, elucida. 


Em relação ao seu ex-parceiro e pai das suas crianças, Eduardo Beauté, que faleceu há cerca de cinco anos, Luís menciona o quão difícil essa fase foi. A partida do Eduardo  “foi um choque brutal. Para agravar, ele faleceu apenas três meses depois da minha mãe. Foi como se o chão me faltasse duas vezes em tão pouco tempo. E, embora ambos fossem perdas dolorosas, a experiência foi bastante diferente. Com o Eduardo, o luto acabou por ser mais rápido porque tinha de estar lá para os miúdos – talvez por termos vivido um afastamento gradual, apesar de termos mantido uma ligação forte até ao fim, especialmente pelo bem dos nossos filhos”, recorda. “O Eduardo era alguém com quem sempre pude contar. Mesmo depois da separação, fiz questão de manter uma relação saudável. Muitas pessoas tinham uma visão errada sobre nós, como se fosse tudo caótico. Claro que tivemos desentendimentos, mas sempre colocamos as crianças em primeiro lugar. Nunca deixei que os nossos problemas afetassem o relacionamento entre ele e os nossos filhos. Ele era uma figura importantíssima na vida deles e foi doloroso vê-los sofrer a sua ausência, especialmente a Lu, que era a menina dos olhos dele.”


Luís explica que, apesar de todas as dificuldades, sempre apoiou o ex-marido à sua maneira. “Embora o casamento tenha terminado, a amizade e o respeito prevaleceram. Ficámos unidos nos momentos finais, como uma verdadeira equipa, algo que muitos não conseguem compreender – que um divórcio não significa necessariamente o fim de uma relação. Ele sempre teve o meu apoio, e eu aprendi muito ao lado dele, partilhando sonhos e objetivos.”


Sobre lidar com o luto como uma experiência profundamente pessoal, Luís aconselha a rever perdas semelhantes e analisar as várias camadas que completam o processo. “O luto é uma das experiências mais complexas e solitárias, mas eu diria que o mais importante é procurar ajuda. Há alguns anos, falar sobre saúde mental ainda era um tabu; ir ao psiquiatra era algo reservado para "loucos" ou quem não tinha outra opção. Mas as coisas mudaram, e ainda bem”, afirma confiante. “Hoje, sei que o acompanhamento profissional é essencial, não só para quem passa por uma perda, mas para todos. A vida traz-nos desafios diários – no trabalho, com os amigos, em família – e todos esses pequenos momentos vão deixando marcas em nós.” Foi exatamente nesse processo de perda que Luís decidiu procurar ajuda. “E a minha vida mudou muito desde aí. Mas não foi só ele, foi também a perda da minha mãe, da minha amiga Mariama [Barbosa], pessoas que marcaram a minha vida e que, de uma maneira ou de outra, sempre estiveram comigo nos momentos mais difíceis. Não dá para enfrentar tudo sozinho. Todos esses lutos, todas as feridas do passado, da minha mãe biológica aos meus pais adotivos, são histórias que me definem, e percebi que, se não tratasse dessas cicatrizes, nunca estaria realmente bem.”


Contudo, o modelo realça que, infelizmente, muitas pessoas só procuram ajuda quando já estão no fundo, num ponto do qual é quase impossível escapar. “Quando uma depressão se instala, sentimos que estamos num buraco do qual não sabemos como sair. No caso do Eduardo, por exemplo, ele passou por momentos muito difíceis, e eu sentia que, mesmo quando ele tentava mostrar-se bem, em eventos e nas redes sociais, a tristeza estava sempre lá, e poucos viam isso. A dor dele era imensa, e fico triste ao pensar que, se tivéssemos mais apoio psicológico acessível, talvez ele tivesse tido mais ferramentas para lidar com o sofrimento. Eu, por outro lado, tive a sorte de ter amigos que me apoiaram, mas nem todos têm essa rede. Acho que é urgente mudar a forma como encaramos a saúde mental no país”, sublinha.

Não faz sentido criar roupas apenas para um corpo ‘ideal’ quando a maioria das pessoas que compra e veste são pessoas com corpos reais e com formas variadas

Luís Borges

No que toca a falar abertamente sobre questões de representatividade e inclusão, Luis acredita que a moda deve ser um reflexo de toda a sociedade. A inclusão não pode ser apenas uma tendência, algo que aparece e desaparece. “Não estamos aqui a brincar de imitar o que se faz ‘lá fora’. A verdadeira inclusão não se trata só de diversificar rostos em desfiles, mas sim de dar espaço a todas as pessoas, todas as formas e tamanhos, para que se sintam representadas e compreendidas”, esclarece. “Eu, por exemplo, quando apresentei a minha coleção na ModaLisboa, procurei mesmo isso: ter pessoas de todas as idades, corpos e etnias. O objetivo era que a passarela fosse um reflexo da diversidade que existe no nosso país, onde qualquer pessoa, de 1,50m ou 1,80m, pudesse fazer parte. Porque, vamos ser honestos, não faz sentido criar roupas apenas para um corpo ‘ideal’ quando a maioria das pessoas que compra e veste são pessoas com corpos reais e com formas variadas. O problema é que, muitas vezes, só se lembram disso quando é conveniente ou para dar uma ideia de modernidade que se esgota rápido. O nosso mercado precisa de mais do que uma presença passageira de diversidade; precisa de um compromisso contínuo. Não basta incluir uma mulher trans num desfile e depois nunca mais. Isto é um trabalho de longo prazo. Eu creio que a nossa responsabilidade é garantir que as oportunidades existam de forma constante, para todas as pessoas”.


Tendo enfrentado diversas resistências no início – pois havia quem considerasse estranho ele incluir um casting tão diversificado no seu projeto –, Luís compreende hoje que essa escolha não foi apenas necessária, mas também um processo profundamente enriquecedor. “Acabamos com mais de 18 pessoas na passarela, todas diferentes, e essa diversidade deu vida ao desfile. Foi um sucesso que me mostrou que quando se abre espaço, as pessoas respondem com entusiasmo e sentem que também têm lugar na moda, e é disso que o setor precisa.”


Sobre o futuro, com um sorriso misterioso, Luís Borges responde, quase em segredo, mas com o brilho de quem tem planos grandiosos à espreita. “Projetos? Tenho muitos!”, admitiu. “Mas prefiro não revelar muito ainda. Gosto de surpreender e de criar aquele momento especial, onde cada um descobre por si mesmo. Acho que fica muito mais interessante assim, como uma revelação inesperada,” partilhou.  


O propósito não é apenas criar novos processos ou projetos, mas dar continuidade aos trabalhos atuais, especialmente no que diz respeito à sua marca. “A F*CKINGORGEOUS representa muito para mim. É uma extensão dos meus próprios valores e do que eu quero transmitir ao mundo. É como se fosse uma parte de mim que partilho com as pessoas”, conta. Embora não seja fácil manter o ritmo e as demandas do mercado, Luís expressa a sua gratidão pelo apoio constante. “A recepção do público é incrível. Ver as pessoas falarem coisas bonitas sobre a marca e identificarem-se com ela deixa-me muito, muito feliz,” diz, com uma nota de orgulho visível no rosto. “É um trabalho árduo, mas no fim do dia, é o que realmente quero. Quero que cada peça transmita uma mensagem, que toque alguém. Não se trata só de criar acessórios; trata-se de criar algo que possa inspirar e ser parte das histórias das pessoas”, termina.

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