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Marissa Moorman e os sons da nação angolana

August 19, 2024

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Marissa J. Moorman é Professora Catedrática de Estudos Culturais Africanos na University of Wisconsin-Madison e Doutorada em História de África pela University of Minnesota (2004). Reconhecida pela sua profunda investigação sobre as interseções entre música, política e sociedade em Angola. ma obra fundamental que explora como a música popular urbana de Luanda se tornou um elemento central na formação da identidade nacional angolana. O seu trabalho destaca como os sons dos musseques de Luanda desempenharam um papel crucial na resistência cultural e na construção de uma nação durante um período de intensas lutas políticas e sociais.


"No fim dos anos 80, já na faculdade, em Washington, DC, numa altura em que os Estados Unidos, o presidente era o Ronald Reagan e ele estava a apoiar a UNITA, explicitamente, ele recebeu o Jonas Sabin, na Casa Branca. E eu achei muito peculiar o facto de não encontrar isto nos livros. A minha área era a literatura, mas fiz umas aulas sobre a história de África e não encontrei nada sobre Angola. Achei muito estranho. Nós temos uma política de ajuda e nós não conhecemos a história daquele país. Então fiquei muito interessada na história de Angola, especificamente. Tive um professor excelente, o David Johnson, foi fantástico e ele levava música para a aula, sobretudo música reggae, porque também era a história de África e das Caraíbas. Então fiquei interessada também na relação entre várias coisas da cultura popular, da música até filmes e tal, e como pensar estes produtos culturais historicamente", recordou Marissa Moorman na entrevista em vídeo para a BANTUMEN.


Durante o final do período colonial, a música não era apenas uma forma de entretenimento, mas uma poderosa ferramenta de mobilização política e de construção da identidade nacional. Nos anos 1960 e 1970, a música produzida nos musseques tornou-se num veículo expressivo do descontentamento com o regime colonial, permitindo aos angolanos imaginar e lutar por uma Angola livre e soberana. E artistas como David Zé, Urbano de Castro e Artur Nunes, apesar de as suas vidas serem tragicamente interrompidas em 1977, tornaram-se num símbolo de luta pela independência e autodeterminação. Moorman argumenta que esses músicos, ao cativarem as massas com as suas canções, conquistaram um poder que rivalizava com o dos líderes políticos do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), mostrando o poder que a música pode ter na formação de uma consciência nacional e na resistência cultural.


Lê a entrevista completa no player acima.


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