Panmela Castro inaugura "Do Jardim, um Oceano" em Lisboa

A cidade de Lisboa recebe esta quinta, feira, às 22 horas, a inauguração da exposição "Do Jardim, um Oceano" da artista brasileira Panmela Castro, na Galeria Francisco Fino. A mostra, que estará aberta ao público até ao final do próximo mês, apresenta 16 obras que resultaram de um projeto imersivo e íntimo que a artista denominou de “Deriva Afetiva”.

Durante os últimos dois meses, Panmela Castro instalou o seu ateliê numa pequena varanda de Lisboa, decorada com plantas e azulejos portugueses, um cenário que se tornou o epicentro de uma série de encontros e retratos. Amigos, imigrantes, portugueses, recém-conhecidos e até desconhecidos foram recebidos pela artista, que os retratou através de um processo que combinava o acaso e a busca por pertencimento. Tekilla, Amina Bawa, Oseias Baltazar, Namalimba, Vasco Araújo, Juca da Cruz e Lola Bahjan são algumas das personalidades retratadas nas obras desta exposição.

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A “Deriva Afetiva” é um conceito que promove a exploração da cidade e da cultura local por meio de encontros fortuitos e afetivos. Este movimento forasteiro permitiu à artista conhecer e criar laços com uma vasta rede de pessoas, capturando nas suas obras a essência desses encontros e o sentimento de fazer parte de um novo lugar.

Com curadoria do brasileiro Igor Simões, o título da exposição, "Do Jardim, um Oceano", sugere a origem das obras no ateliê-jardim e a vastidão emocional que os retratos representam. Igor Simões é conhecido pelo seu trabalho como curador geral da exposição “Dos Brasis: Arte e Pensamento Negro”, a maior mostra de artistas negros a circular pelo Brasil nos próximos anos, que também contará com a participação de Panmela Castro.

A exposição “Do Jardim, um Oceano” não se limita a celebrar os encontros afetivos e a empatia, mas também carrega um forte caráter político. As obras abordam questões de colonialidade e de corpos decoloniais, refletindo sobre a relação entre esses corpos e a sociedade portuguesa. Esta dimensão política oferece uma profundidade adicional à exposição, incentivando os visitantes a refletirem sobre temas de identidade e pertença.