Novo álbum de Paulo Flores é abraço em forma de semba para aqueles que o amam

April 24, 2025
Paulo Flores novo album
Paulos Flores | Foto 📸 Rita Carmo

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Trinta e nove anos depois de se apresentar ao mundo com Sassassa, o álbum de estreia de 1986, e já com quase uma vintena de discos no percurso, Paulo Flores entrega-nos Canções Que Fiz Pra Quem Me Ama, um disco que é celebração, homenagem e manifesto. Neste novo trabalho, onde o semba continua a ser bússola e poesia, Paulo Flores reencontra-se consigo mesmo, com os seus, com o seu povo, com Sara Tavares, Bonga e Micas Cabral e com a sua Bandula (palavra que simboliza Angola e dá nome a uma das faixas do disco).


O lançamento presencial do álbum acontece esta quinta-feira, 24 de abril, no B.Leza, em Lisboa, e o impacto do seu anúncio foi imediato: sala esgotada e nova data aberta para o dia seguinte, 25, também já esgotada. 


Este novo trabalho surge depois de Independência, lançado em 2021, e junta-se a uma discografia sólida, que inclui um projeto colaborativo com Prodígio, A Benção e a Maldição, editado em 2020. Neste álbum, o semba continua a ser memória, sentimento e uma forma de contar a história do povo angolano, guiada pelo afeto que Paulo Flores carrega pelo seu povo, sem deixar de lado a crítica ao que sente que precisa de ser dito.


Logo na faixa de abertura, “Bandula”, ouvimos o chamamento à sua Angola. A terra-mãe, dos reinados de Njinga e Mandume, das batalhas da História recente e da resistência que ainda se dança. No tema “Kidi Muene Tu Fua muene” (é verdade que vamos morrer, traduzido para português), interpretado em kimbundu com Bonga, o reco-reco ecoa como memória da guerra e resistência.


A letra atravessa feridas, mas também aponta para a força que permite o povo angolano sobreviver, de mãos dadas, entre afetos, mesmo quando falta tudo.

Há também espaço para ternura. Em “Estrela”, Paulo homenageia Sara Tavares, numa carta cantada, entre o português e o crioulo, onde a saudade se mistura com a luz da memória. Músicas como “Borboleta” e “Balancé”, de Sara, aparecem no meio da letra como lembranças de uma amizade pautada pela irmandade.


E porque o amor, como o próprio canta, também conhece o tempo, em “Stórias di manga di anos”, com Mikas Cabral (dos Tabanka Djaz), há lugar para os sonhos que se perderam e o que fica depois da ausência.


Apesar de só contar com duas participações, Bonga e Micas Cabral, este disco é um encontro coletivo. Cada faixa parece trazer consigo todos aqueles que, ao longo dos anos, ouviram, dançaram e choraram com Paulo Flores. A canção que fecha o álbum, que dá nome ao projeto, é uma celebração disso mesmo. Os nomes dos que sempre estiveram lá, amigos, colegas, família, aparecem na capa do disco como quem agradece em voz alta.

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