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A junção da curiosidade com o olhar pragmático levaram Nilza Rodrigues a escolher o jornalismo como a sua ferramenta preferida para desenhar o mundo. Hoje, à frente da Forbes Portugal e da Forbes África Lusófona, a jornalista fala-nos sobre a potência da Lusofonia e como a língua pode promover o crescimento de uma comunidade viva.
Há quantos anos é que trabalha no rumo editorial?
Abracei o jornalismo desde cedo, tenho uma natureza muito curiosa que me faz sempre procurar novos caminhos e estudar novas soluções, desde a reinvenção do papel aos desafios no digital. Na Forbes temos conseguido um crescimento sustentável, dar espaço à inovação social, à diversidade e à inclusão, à sustentabilidade, tudo pilares que abraçamos, como diria, com muita intensidade. Através do nosso positive journalism inspiramos a fazer mais e melhor.
Nos últimos anos, a perspetiva da CPLP e do conteúdo lusófono, ganhou relevância. Como é que olha para esse crescimento?
Com muita timidez. Tenho para mim que poderíamos fazer muito, mas muito mais.
Noutras geografias unidas por uma língua comum, as parcerias e as sinergias estão hiper potenciadas e se não corrermos agora, vamos perder os laços que ainda nos unem, como aconteceu com Goa e tem vindo a acontecer com Timor.
Nilza Rodrigues, Editora Chefe da Forbes Portugal e da Forbes África Lusófona
Em relação aos PALOP, estes são cada vez mais procurados para estabelecer parcerias por países conscientes de que África é o continente do futuro. Urge, portanto, capitalizar os 260 milhões de falantes de português (em 2050 seremos 400 milhões), do ponto de vista cultural e económico. E isso significa, em termos práticos, quebrar barreiras burocráticas, estimular a livre circulação entre os mesmos, criar estruturas comuns, privilegiar o comércio entre os países integrantes desta lusofonia e dar incentivos aos empresários para a internacionalização dentro deste espaço. Há que ter coragem para dar esse passo.
Quais é que são os maiores desafios de escrever para países tão diferentes mas unidos pela língua?
O maior desafio de todos é perceber que, apesar da Língua, que é um activo fantástico para estabelecer relações, a verdade é que cada um desses países tem as suas especificidades e não é justo, nem viável, adoptarmos modelos “copy-paste”.
Cada um tem as suas actividades económicas, decorrentes da sua geo-localização, tem culturas diferentes e até as suas próprias línguas, independentemente da oficial.
Nilza Rodrigues, Editora Chefe da Forbes Portugal e da Forbes África Lusófona
Portanto, quando escrevemos, fazemos questão de dar esse olhar único das suas gentes, do seu sentir, do seu fazer acontecer, sem generalizar quando
Há, também, cada vez mais mulheres em cargos de chefia e no top de rankings tão importantes, como a Forbes? Acredita que num futuro próximo, exista, de facto, igualdade?
Dizem os estudos que a pandemia atrasou 35 anos no nosso propósito de atingir a tão ambicionada igualdade do género que, já por si, era um longo caminho e cheio de atropelos. Havemos de lá chegar, mas por ora só faz sentido falarmos de equidade. Ou seja, vamos ser conscientemente desiguais nesta fase e darmos mais oportunidades ao feminino para que possam recuperar desta ausência de Voz e chegar a um ponto de partida igualitário e aí, sim, falarmos de meritocracia. Não será num futuro próximo, mas os passos estão a ser dados, alguns gigantes, pelo que acredito um dia seremos chamadas para falar verdadeiramente das nossas competências e não da mera igualdade do género!
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