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Com alguns países africanos a penar pela fraca e dispendiosa conexão à Internet, o Google acabou de criar condições para que o Togo saia dessa lista. A gigante de tecnologia acaba de fazer chegar a Lomé (capital do Togo) o cabo submarino Equiano.
Batizado em homenagem ao escritor e abolicionista nigeriano Olaudah Equiano, o cabo de fibra óptica vai ligar a Europa a África, de Lisboa à Cidade do Cabo, e estava previsto ter a Nigéria como primeiro ponto de contacto africano. Contudo, as negociações complexas entre a empresa da Alphabet e o governo acabaram por arrastar-se, mudando a passagem do para a costa togolesa.
A infraestrutura de nova geração vai “diminuir significativamente os custos da Internet e triplicará a velocidade da” na África do Sul, mas melhorará a velocidade da internet no Togo cinco vezes até 2025. Estima-se que a queda nos preços da Internet seja de 16%- 21% na Nigéria, Namíbia e África do Sul até 2025. À medida que mais países se conectam ao cabo e à medida que pesquisas e análises adicionais são feitas, os números também estarão disponíveis para outros países”, anunciou o Google.
Anunciado em meados de 2019, este é o terceiro cabo internacional privado de propriedade do Google e faz parte de um pacote de investimento mil milhões de dólares para “apoiar a transformação digital do continente”.
Inaugurado pelo presidente Faure Gnassingbé, Equiano é chave para as ambições do país para se tornar num hub digital da África Ocidental, com o plano Togo Digital 2025. Atualmente com apenas 23% da população com acesso à Internet, de um total de oito milhões, o plano passa por digitalizar a administração pública e estimular a economia nacional a partir do digital.
“A nossa estratégia para reduzir custos é implantar infraestrutura de fibra nas linhas de energia. Cavar o terreno e enterrar o cabo profundamente envolve custos significativos. Em vez disso, pretendemos implantar os cabos em postes que hospedam linhas de energia elétrica. Imagine quando você diz a um residente que lhe dará Internet de alta velocidade com eletricidade a preços acessíveis ”, disse Cina Lawson, ministra da Economia Digital, em entrevista à Quartz.
Para que isso aconteça, o governo quer alocar ao projeto pelo menos 300 milhões de euros, indicou a ministra, sem dar pormenores. “Estamos a discutir com os doadores a angariação de 300 milhões de euros para colocar fibra em todas as linhas de energia”.
Entre 2022 e 2025, estima-se que o Equiano permita a geração de 350 milhões de dólares em atividades no Togo e a criação de 37 mil empregos.
“Antes do Equiano, o único outro cabo que desembarcou no Togo foi o West Africa Cable System (WACS), em 2012, mas o Equiano é o nosso mais avançado até hoje. Para melhorar a qualidade de serviço das redes móveis, precisamos conectar as torres móveis à fibra. O Equiano nos dará uma qualidade de sinal mais forte e reduzirá os preços, porque os fornecedores de serviços de Internet agora têm uma alternativa ao WACS”, acrescentou Lawson.
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