“Um preto muito português”, de Telma Tvon regressa às livrarias com nova edição

Lançado inicialmente em 2018 pela Chiado Editora, o livro Um preto muito português, da autora luso-angolana Telma Tvon, regressa às livrarias numa nova edição pela Quetzal, agora “com revisão literária, feita a preceito”. Esta obra de ficção, que de tão vívida e realista poderia ser confundida com o diário de muitos negros em Portugal, mergulha nas histórias do dia-a-dia de Budjurra, um jovem de ascendência cabo-verdiana nascido em Lisboa, cujas experiências refletem as vivências de jovens das comunidades afrodescendentes e imigrantes no país.

Através de Um preto muito português, Telma Tvon aborda temas prementes como o racismo e a discriminação com uma autenticidade que ressoa profundamente com os leitores. Inspirada em pessoas reais que a autora conheceu ao longo da vida, a história de Budjurra é a “junção das nossas várias comunidades”, nas palavras de Tvon, oferecendo um retrato fiel e necessário das lutas e desafios enfrentados por estes jovens em Portugal.

Em entrevista à agência Lusa, Telma Tvon partilha o impacto que a obra teve entre os leitores desde a sua primeira publicação. Muitos se viram nas páginas do livro, reconhecendo as suas próprias histórias e desafios no personagem de Budjurra. Este retorno evidencia a importância e a relevância do livro no atual panorama social e político português, especialmente num momento em que as questões de racismo e inclusão estão cada vez mais em destaque.

Além de lançar luz sobre estas questões críticas, Um preto muito português também celebra a rica cultura hip-hop que influencia profundamente a autora e a comunidade afrodescendente. Telma Tvon, que além de escritora tem uma trajetória como rapper e é uma dedicada trabalhadora social, utiliza a sua obra para fomentar o diálogo e promover uma maior compreensão e empatia pelas realidades enfrentadas por pessoas negras em Portugal.

A nova edição de Um preto muito português pela Quetzal é uma oportunidade para os leitores descobrirem ou redescobrirem uma história poderosa e transformadora, que desafia preconceitos e abre caminho para uma sociedade mais justa e igualitária.