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Antes de apresentar ao público "Sonhos de Cor" - que compila três curtas-metragens, "Bastien", "Arriaga" e "Prima ku Lebsi", o cineasta Welket Bungué concedeu uma entrevista à BANTUMEN para falar sobre o projeto colaborativo com André Lourenço, que celebra uma década de colaboração entre ambos.
O projeto, que estreia-se no Cinema Ideal, em Lisboa, no dia 23 de novembro, aborda temas profundos como identidade, liberdade e a complexidade das interações humanas e acabou por servir de preâmbulo para se falar sobre a PowerList BANTUMEN 100 de 2024, uma iniciativa que homenageia figuras negras inspiradoras e influentes falantes de português, e como estes homenageados refletem as narrativas exploradas nos filmes.
Bungué, que tem uma carreira consolidada também no teatro e na televisão, realça a importância da PowerList BANTUMEN 100 na promoção de modelos positivos para as futuras gerações. Ele reflete sobre como o reconhecimento e a celebração da diversidade na lusofonia podem fomentar um maior entendimento e aceitação cultural, não só em Portugal, mas em toda a comunidade de países de língua portuguesa.
A sessão no Cinema Ideal é uma oportunidade para apreciar de perto o trabalho de Welket Bungué e para participar numa conversa, moderada pela atriz Cláudia Semedo, sobre temas atuais e relevantes que moldam a sociedade contemporânea lusófona. Os bilhetes estão disponíveis a preços acessíveis, com descontos para estudantes e membros da comunidade artística, reforçando o compromisso de Bungué com a acessibilidade e inclusão no mundo do cinema
“O desafio é criar diálogos construtivos que permitam ao público refletir sobre as complexidades dos corpos em trânsito”
Welket Bungué
Welket, qual é a importância da PowerList BANTUMEN 100 no contexto atual da lusofonia?
É fundamental, especialmente num contexto onde o multiculturalismo é cada vez mais saliente. É crucial celebrar a diversidade africana na lusofonia e a PowerList desempenha um papel unificador e empoderador, elevando a visibilidade dos talentos negros e contribuindo para um maior equilíbrio na representatividade étnica e cultural em países como Portugal.
Podes descrever como percepcionas o processo de curadoria desta PowerList?
Aparentemente, a curadoria envolve uma diversidade de especialistas nas áreas de jornalismo, música e cinema, o que atribui credibilidade ao evento. Este processo inclusivo e respeitado assegura que a seleção dos homenageados seja justa e representativa da excelência na diáspora africana.
Como pensas que a PowerList 100 influencia as novas gerações de artistas e ativistas sociais nas comunidades lusófonas?
A lista fomenta um diálogo essencial sobre a autoconsciência, as implicações políticas e culturais dos nossos corpos e a complexidade das nossas identidades. Isso desafia a simplificação da identidade e propõe uma visão mais integrada e inclusiva, inspirando jovens artistas e ativistas a redefinirem o seu lugar no mundo.
Neste teu novo ciclo de filmes, e muito na mesma linha do que a BANTUMEN pretende com a PowerList, promoves a auto representação dos corpos periféricos. Podes falar-nos mais sobre o que te inspirou para essa abordagem?
Inspirado pela minha própria experiência como guineense e português, o ciclo "Corpos Periféricos, Corpos em Trânsito" explora a política do corpo em movimento. Os filmes investigam como a identidade é formada e transformada através das experiências, utilizando a autorrepresentação para questionar e expandir a percepção da identidade afrodiaspórica.
Welket bungué fotografado pela BANTUMEN, em novmbro de 2024
Durante o evento no Hangar, que tipo de diálogo esperas provocar com a exibição dos filmes e a conversa subsequente?
Espero que os filmes induzam reflexões sobre como os corpos negros e periféricos se movem e são percebidos nas sociedades contemporâneas. A discussão após os filmes visa aprofundar o entendimento sobre as conexões entre identidade, movimento e espaço, desafiando os espectadores a repensar as narrativas convencionais sobre raça e pertença.
Como os temas abordados nos filmes se relacionam com as histórias de sucesso e luta presentes na PowerList 100?
Embora os filmes não façam uma conexão direta com as histórias individuais da PowerList, eles ecoam os valores de caráter e resiliência observados em muitas das personalidades homenageadas. Encorajo todos a assistirem aos filmes para verem como as narrativas podem ressoar com suas próprias experiências e as lutas representadas na lista
Quais são os desafios e as recompensas de trazer esses filmes documentais e experimentais para um público em Lisboa?
O desafio é criar diálogos construtivos que permitam ao público refletir sobre as complexidades dos corpos em trânsito. A recompensa é a possibilidade de ampliar a compreensão e apreciação da arte afrodiaspórica, contribuindo para um discurso mais inclusivo e representativo no cenário cultural de Lisboa.
De que forma acreditas que eventos como o Ciclo de Filmes e a PowerList BANTUMEN 100 podem contribuir para mudanças sociais concretas?
Ambos os eventos têm o potencial de influenciar as percepções culturais e sociais, promovendo uma maior compreensão e valorização da diversidade dentro da comunidade lusófona e além. Através do cinema e da celebração de sucessos, estas iniciativas podem inspirar mudanças positivas e duradouras na forma como as culturas afrodiaspóricas são vistas e valorizadas globalmente.
Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.
Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para redacao@bantumen.com.
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