A Galeria Municipal do Porto volta a organizar "Abril Febril", na Concha Acústica dos Jardins do Palácio de Cristal, no próximo dia 24 de abril. Homenagem à fervorosa atmosfera de Abril de 1974 e momento de reflexão sobre o seu significado nos dias de hoje, o evento junta em palco diferentes projetos musicais: Claiana, Nenny e Prétu. A entrada é gratuita.

Neste fim de tarde de celebração da liberdade, do que ainda está por vir e do desejo "por uma vida mais plural e inclusiva", o arranque será dado às 18h30, com a atuação de uma das figuras incontornáveis do imaginário underground do Porto: Claiana. Natural de São Nicolau, em Cabo Verde, mas fora de qualquer âmbito de música tradicional, Aguinaldo Conceição cresceu e bebeu de toda a diversidade musical que o Atlântico oferece, criando, literalmente, um idioma próprio, com o qual constrói e canta as suas canções. Com uma impressão digital difícil de replicar, embora facilmente reconhecível pelo seu caráter único, Claiana é um convite à dança, que nunca deixa ninguém indiferente.

Segue-se, às 19h30, o concerto da rapper, cantora, compositora e um dos novos nomes do hip hop nacional: Nenny. Editou o seu primeiro single, "Sushi", em 2019, ao qual se seguiu "Bússola", e o seu primeiro EP "AURA", em 2020. Em poucos anos foi nomeada para os Prémios Play e Globos de Ouro, seguindo-se a participação nos aclamados Tiny Desk e A Colors Show e NPR Music, bem como a nomeação para os prémios MTV European Music Awards, na categoria de Best Portuguese Act (2022).

Para encerrar, às 20h30, é a vez de Prétu – a mais recente assinatura do rapper, músico, poeta sonoro e visual Xullaji – fazer da Concha Acústica o seu palco. Nascido em Lisboa, de origem cabo-verdiana, é sobretudo conhecido pelo seu trabalho político no rap enquanto Chullage, e pela composição e conceção sonora para artistas visuais e teatro.

Como Prétu, assume-se "um afronauta numa viagem sónica e visual pelo seu cosmos sampladélico", feita de fragmentos de eletrónica, dub, morna, batuku ou cola boi, através da qual expressa o seu pensamento sobre descolonização, pan-africanismo, afro-futurismo e amor.