Dino D’Santiago, Francisca Van Dunem, Mário Lopes, Fernanda Renée e Mateus Esteita foram distinguidos pela MIPAD– organização da sociedade civil junto da ONU, como os afrodescendentes mais influentes do mundo em 2021.
O anúncio foi feito num comunicado da MIPAD, durante a cerimónia de nomeação das personalidades, que aconteceu no início deste mês, logo após a abertura da 76ª Assembleia Geral de organismo internacional, que decorre desde Setembro. Barak Obama, ex-Presidente dos Estados Unidos da América, esteve presente na cerimónia, onde foi homenageado com o Lifetime Achievement Award. O mesmo prémio foi atribuído à ministra da Justiça portuguesa, Francisca Van Dunem.
Pela primeira vez, São Tomé e Príncipe conseguiu inscrever um nome nesta power list. Mário Lopes foi o laureado, integrando a categoria Humanitária, Activismo e Religioso. Figura de destaque do activismo social e juvenil dentro e fora de São Tomé e Príncipe, o jovem exerceu funções de Provedor do Estudante do Instituto Politécnico de Beja, foi o vencedor do Prémio Alda do Espírito Santo “Jovens que Inspiram”, em 2019. Atualmente,
é embaixador para São Tomé e Príncipe da Carta Africana da Juventude da União Africana e Next Einstein Forum e, recentemente, foi seleccionado pela Unesco para representar o seu país na 2ª edição da Bienal de Luanda. É empreendedor social, analista de políticas lusófonas para a juventude, co-fundador do STP Digital e da Tela Digital Media Group e vice-presidente da ONG Galo Cantá.
Angola também conseguiu marcar presença na lista internacional com duas nomeações: Fernanda Renée e Mateus Esteita.
Fernanda é engenheira de produção de petróleos e tem dedicado a sua vida à proteção ambiental e sobretudo dos mangais, com o seu projeto Otchiva. Em 2015, a jovem ganhou o Prémio Internacional Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável, tem se dedicado à protecção dos mangais. Fernanda Renée é ainda fundadora do AmbiReciclo, uma start-up que promove a economia verde e foi convidada pelo Presidente angolano, João Lourenço, a fazer parte do Conselho da República, tornando-se no mais jovem membro do órgão presidencial.
Quanto a Mateus, é formado em engenharia de Tecnologia Química de Combustíveistem um mestrado em Segurança de Processos na Indústria Petrolífera e é escritor e mentor de vários projectos filantrópicos, ambientais e académicos em Angola e na Rússia, entre os quais Ndozi – de alfabetização e ensino de inglês na sua terra-natal (Uíge), Neurokandengue, SEA – Sociedade de Engenheiros e Arquitetos, bem como Disrupttion magazine, na Rússia. Foi eleito “Estudante Estrangeiro do Ano” pelo Ministério do Ensino Superior da Federação Russa em 2017 e no ano seguinte lançou o livro O Bolseiro – a vida de um sonhador.
Do lado de Portugal, foram destacados a ministra da Justiça Francisca Van Dunem e o cantor luso-cabo-verdiano Dino de Santiago.
Nascida em Luanda em 1955, Van Dunem é licenciada pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em julho de 1977 e magistrada do Ministério Público português desde setembro de 1979.
Por sua vez, Dino d’Santiago é um cantor, nascido em Portugal em 1982, filho de pais cabo-verdianos. O artista é um dos precursores da atual popularidade à volta da música negra feita em Portugal, sobretudo na capital. Lisboa Crioula é o nome de uma das suas músicas de maior sucesso mas é também o título desta espécie de novo movimento cultural que se vive naquela cidade.
A lista das 100 Pessoas Mais Influentes de Descendência Africana homenageia personalidades negras que tenham um desempenho excepcional em diversas áreas de sectores públicos e privados de todo o mundo, nas categorias de política e governança, negócios e empreendedorismo, média e cultura, humanitária e religiosa, contribuindo desta forma para a constituição de uma rede progressista e de empoderamento da comunidade descendente do continente africano, independentemente da sua localização.
