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Eunice Nepalanga, a angolana que pinta a Baixa de Lisboa

Estivemos à conversa com Eunice Nepalanga, uma artista de rua, que há vários anos pinta a Baixa de Lisboa em telas.
Angolana, nascida no Bié, vive em Portugal há mais de 20 anos. Com alguma tristeza palpável, Eunice conta que perdeu as ligações com a sua terra mãe. Culpa a guerra, no Kuito, onde se tornou órfã e das poucas sobreviventes da sua família. Através de uma ONG  (Organização Não Governamental), Eunice acabou por abandonar o país e rumar a Portugal.
A sua paixão pelas artes nasce ainda em Angola, aos 15 anos, num lar de uma ONG Holandesa, onde era encorajada a seguir os seus instintos  artísticos. Além disso, teve alguma influência também do avô, que era artesão e o facto de ter crescido no meio da arte em geral, pode ter sido o motivo, para que mais tarde, despertasse esse gosto.
Em Portugal  continuou os seus estudos e foi praticando actividades ligadas às artes plásticas. De inicio fazia peças apenas para os amigos e conhecidos, mas logo se apercebeu que estava a ter sucesso pois começou a ter muitas encomendas.
Em 2004, descobre que poderia viver da arte e começa a fazer trabalhos para vender e por conseguinte, com o apoio da Santa Casa da Misericórdia Portuguesa, começou a expor os seus trabalhos em galerias de arte. Conheceu em Lisboa muitos pintores e artistas plásticos portugueses e angolanos e estes foram-na ajudando, enquanto exibiam os seus projectos na famosa rua lisboeta, a Rua Augusta.
Com o passar do tempo, o conhecimento entre os artistas de rua acaba por ser um género de intercâmbio cultural, onde Eunice foi instigada a expor as suas tão apreciadas obras numa galeria.
Actualmente, conseguiu adquirir licença de vendedora ambulante e costuma encontrar-se no Chiado, onde expõe as suas pinturas sobre Lisboa e Angola. Eunice diz vender a maioria das suas obras a turistas, principalmente Britânicos, Canadianos e Franceses, diz serem os que mais apreciam arte.m mas também há os habitantes locais que gostam das peças em azulejo com imagens da cidade para decoração ou fazem encomendas ajustadas ao que pretendem.
Um exemplo de uma mulher que lutou por aquilo que gosta de fazer e que é o seu dom, conseguiu alcançar o seu espaço na sociedade e leva a sua vida com uma simpatia que contagiante.

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