O fotógrafo moçambicano Félix Mula foi o vencedor do Prémio Novo Banco Photo, com a instalação Idas e Voltas.
O vencedor foi anunciado numa cerimónia realizada no Museu Colecção Berardo, em Lisboa, onde estão expostas as obras inéditas dos três finalistas, em que também se incluem Mónica de Miranda (de ascendência angolana) e Pauliana Pimentel (Portugal).
Idas e Voltas reúne fotografias, texto, documentos e sementes que registam a história de uma família chinesa – ligada à própria família de Mula -, que viveu em Moçambique e que, depois da independência, se mudou para Portugal.
O júri da 11.ª edição do Prémio Novo Banco Photo decidiu distinguir a “singularidade estética” do fotógrafo moçambicano, cuja obra vencedora aborda a identidade e a memória.
Na fundamentação, o júri internacional destacou “o talento que se revelou através da singularidade estética” do trabalho de Félix Mula, e “a consciência do desconhecido, que necessariamente, recai no seu trabalho futuro”.
Paralelamente, apresenta imagens de lugares que ficaram como testemunhos do passado de Moçambique, ruínas engolidas pela natureza, memórias de pessoas que ali vivem.
“Dedico este prémio ao meu pai, Albino Cuatine Mula, e a Lee Tat Kann”, disse Félix Mula, 37 anos, quando recebeu o prémio.
Em declarações aos jornalistas sobre a importância do prémio, sublinhou que aprendeu fotografia aos 13 anos, com o pai, Albino Quatine Mula que, por seu turno, tinha aprendido com o amigo chinês, dono da loja onde trabalhava.
