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Minguito, Harold e Mizzy Miles na primeira edição do Irreverente

Entre os dias 4 a 6 de maio, o Campus do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL), em Benfica, recebeu a primeira edição do Festival Irreverente. De acordo com o cartaz e a organização, os festivaleiros teriam mais de 50 atuações espalhadas por três palcos — dois dedicados à música e um destinado à comédia.

Como todo o bom festivaleiro, quase que é regra chegar cedo ao recinto para estar nas filas da frente para ver o seu artista favorito. Neste neste caso, foi um pouco diferente, considerando ter sido a primeira edição do evento, o seu nome ainda não se ter firmado entre o público e a afluência não ter correspondido à expectativa.

O Irreverente tinha como objetivo fazer jus ao nome e trazer, além de grandes nomes do panorama musical português – nomeadamente do Rap e seus sub-géneros – artistas emergentes ou em início de carreira.

No primeiro dia (4), não se esperava muita gente – tendo em conta que era uma quinta-feira – e as portas abriram-se por volta das 18 horas. Elah Mess, Vinagre, Dazed Lex e Balrook foram alguns dos nomes em cartaz.

A partir da 20 horas, quando o recinto finalmente começou a ficar mais composto, entre acordes acústicos, pop, trap e R’n’B, pudemos assistir à atuação da cantora Blacci, artista luso-brasileira de 20 anos, nascida no Rio de Janeiro e criada em Portugal desde os seis. “Nada Com Ele” e “Velocidade 100” foram alguns dos temas que cantou, numa mistura entre as suas raízes brasileiras, com influências portuguesas e de outras vibes europeias.

Colombiana Call Me Gringo - Festival irreverente / Foto: BANTUMEN
Colombiana Call Me Gringo – Festival irreverente / Foto: BANTUMEN

Seguiu-se Colombiana Call Me Gringo que interpretou “Wine on Me”, “Hustle”, e “Não Bazou”, e que não quis mesmo bazar do palco. O ambiente começava a aquecer e artista ainda teve tempo para interagir com o público numa das músicas. Apesar de só estar no mercado há três anos, Colombiana mostrou que tem espaço para crescer e tornar-se grande na música.

“She be calling my line a perguntar se eu tou fine / She be calling my line a perguntar se eu tenho time”

Para os fãs de drill, facilmente conseguem perceber de quem é o refrão acima. Dos pioneiros em Portugal, directamente da Margem Sul para o IPL, Miguel Jael Vumbi Huviva, mais conhecido como Minguito. O artista fez a festa acontecer mal entrou em palco com “She be calling” e “Susu” a serem dos primeiros sons cantados, mas foi em “Andalé” que o público tirou os pés do chão, literalmente.

Minguito - Festival irreverente / Foto: BANTUMEN
Minguito – Festival irreverente / Foto: BANTUMEN

Depois de Minguito sair do palco, ouvia-se gritar “Kappa”, enquanto o público respondia com “Jotta”, como se fosse um grito de guerra. Era o último artista da noite no palco principal. Kappa Jotta fez uma retrospetiva das suas músicas e ainda cantou “Coisas na Cabeça”, a mais recente, lançada em abril e que já conta com mais de 334 mil visualizações no YouTube, inserindo-se na tabela de tendências.

Já o segundo dia, embora o cartaz tivesse nomes de cantores interessantes, foram os DJs que fizeram o ambiente do festival. O criador e produtor executivo da Make More Music Group, Mizzy Miles, foi um dos nomes mais esperados. Entrou em palco com a mesma energia de sempre, de quem “wanna rock like a star” de quem quer curtir como uma estrela, traduzindo para português. Como a maior parte das festas de hip hop, o aquecimento é feito pelos bangers norte-americanos, mas foram os hits com a produção de Miles que fizeram o publico pedir mais, como “Europa” com Deejay Telio, Teto e Gson ou “I’m Sorry” com Piruka e Ivandro.

O deejay guineense Magic Beatz também não deu espaço para o publico descansar. O autor de “I’m So In Love”, com Zhane, entrou em palco e com os seus afrobeats ancestrais fez a festa.

Harold - Festival irreverente / Foto: BANTUMEN
Harold – Festival irreverente / Foto: BANTUMEN

No último dia, o mais esperado, chegamos ao festival, um pouco depois das 20 horas e fomos diretamente para o palco eletrónico “Push”. Logo à entrada ouvia-se um “house malcriado”. Era o “Argento Dust – Shadowfall (Original Mix)” a ser tocado pelo DJ Conde, da Kazukuta Records.

Em paralelo, no palco principal, PKA foi cancelado e Harold tomou conta do microfone. O rapper foi antigo aluno do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL), e temos quase a certeza que não desiludiu os professores (que podiam lá estar presentes). Cantou músicas de álbuns e trabalhos passados, como Indiana Jones, lançado em 2016, e o EP Mãe Um Dia Eu Ganho Um Diamante, editado no ano passado.

Chegou a vez de Mundo Segundo e Sam The Kid entrarem em palco, batiam 22 horas e pouco. Ambos fizeram uma retrospetiva musical das suas músicas, individuais e em conjunto. “Tu não sabes”, “Também Faz parte” e ainda músicas a solo como “Sofia” de Sam The Kid, entre outros.

Para acabar a festa de três dias, as dançarinas do grupo Quarto Escuro e logo depois o Progressivu fecharam a noite, com muita música e dança. Sendo a sua primeira edição, com menos pessoas do que o esperado e com algumas falhas de logística, o festival fez-se acontecer com a promessa de que a próxima edição será com certeza melhor.

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