São das ruas de Lisboa, de Londres, de Madrid e de Massachusetts. Cada cidade imprime uma simbiose perfeita de influências musicais e cultura urban nas suas vidas. Nos seus documentos de identificação devia estar registado: “Identidade: Moda”, mas preferem acreditar que têm apenas bom gosto. Telmo e Valter Velasco Galeano são os dois irmãos de quem vamos falar nesta 9ª edição da Capa BANTUMEN.
A forma como conduzem as suas vidas é indissociável da música e da moda. Telmo, nas ruas, é Tekilla, o rapper que lançou A Preview, Tekillogia e Erro Perfeito e que já trabalhou com Sam The Kid, SP Deville, Beatoven, Kalaff, Regula, entre outros.
Valter é Empy, o fashionista street style consultor de imagem da H&M, em Londres. Tal como o irmão mais novo, Empy recusa-se a dizer a palavra fashion. “Virou tão banal ser fashion que nem toco nessa palavra. Mas se tiver que descrever o que deveria significar, digo que é o teu estilo de vida que se reflete na tua forma de vestir e na decoração dos teus espaços e, sobretudo, é arriscar. Sair do comum”, explicou-nos.
Actualmente, os irmãos de descendência angolana dividem-se entre Londres e Portugal, as duas cidades onde reside a maioria da família.
Ambos estão na casa dos 30, “bem conservados” como gostam de sublinhar. Quando questionados sobre as marcas que preferem realçam que a brand é irrelevante. “É preciso ter qualidade e gostares. Comprar é uma arte e até na loja mais barata vais conseguir encontrar algo adequado ao teu estilo”, diz Tekilla. Até porque, há quem tenha um grande poder de compra e não sabe vestir”, reforça Empy.
Sobre serem “julgados“ pela extravagância que por vezes ostentam na forma de vestir, os dois afirmam que, regra geral, “a forma como nos vestimos define a nossa personalidade e não o que somos”. Telmo exemplifica: “Não é porque visto flores que sou gay, isso é para mentalidades tacanhas.”
ABC do Galeano’s Style
Tempo: Tanto um como o outro levam no máximo 30 minutos para se prepararem todas as manhãs, mas o timming é definido em função das actividades que têm. Se for um evento, festa ou concerto, naturalmente, vão demorar mais um pouco.
Calças: São os dois altos e magros e por isso as skinny jeans são as de eleição.
Acessórios: Nos dedos, orelhas ou nariz nunca falta um bling bling “básico”. Na lista dos acessórios há também os óculos e chapéus como complemento.
Época: Entre as quatro estações do ano, na Europa, preferem o Inverno, porque “as opções são maiores e os casacos são um must have, diz Empy. Para Tekilla, as estações do ano não influenciam a sua forma de vestir. “Eu não respeito épocas. Faço a minha época, mas é claro que não gosto de ser um palhaço, a extravagância também tem limites. Uso o que me apetece.”
Padrões: “Homens podem e devem usar qualquer padrão com que se sintam confortáveis. Não é porque usam um padrão de flores que vai mudar a sua orientação sexual. Há griffes para tudo.”
Barba: Falando da moda da barba: “as pessoas que vão simplesmente atrás: é falta de personalidade. Há pessoas a quem a barba não fica bem mas têm só porque é moda. As pessoas têm de ter noção do que lhes favorece”.
Cores: Empy gosta tanto de cores escuras como claras e não as conjuga em função das estações do ano e não tem problema em misturar. “Tudo depende do meu feeling, mas é claro que não vou usar umas calças brancas no Inverno, mas depende do meu mood.”
Calções: Tekilla no Verão gosta de usar um “bom calção. Mas lá está, é preciso saber conjugar.” Empy também é da mesma opinião e sublinha que gosta de personalizar sempre que pode os seus calções.
Entrevista: Eddie Pipocas Fotos: Francisco Gomes Mock Up: Décio Malta
Extra photoshooting: Francisco, o fotógrafo