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Isabél Zuaa em nova minissérie com António Fagundes

Isabél ZUAA
📷: Fabio Braga

Isabél Zuaa, atriz e dançarina de 34 anos e uma das Personalidades Negras Mais Influentes de 2021 pela lusófona PowerList100, faz parte do elenco da série brasileira “Independências”, que estreia no dia 7 em comemoração aos 200 anos de independência do Brasil. Isabél vai interpretar o papel de Pelegrina, filha de uma mulher escravizada, interpretada por Margareth Menezes).

Apesar de não ser a personagem principal, Pelegrina é um dos elementos centrais da trama, sendo a narradora omnipresente da história ou griote – como são conhecidas as contadoras de história nos países africanos. Inspirada na cosmologia africana e na cultura angolana – dominante na época considerando as origens da maioria das pessoas escravizadas raptadas do continente africano -, Isabél Zuaa decidiu aprender a falar kimbundi, língua falada no noroeste de Angola.

Com a participação de um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira, António Fagundes, Ilana Kaplan e a britânica Louisa Sexton, a minissérie de Luiz Fernando Carvalho retrata factos acontecidos nas primeiras décadas do século 19, desde racismo, fome, injustiça, opressão e jogos de oportunismo.

Além de “Independências”, Zuaa participou também na longa-metragem de Laís Bodanzky, A viagem de Pedro, que estreou-se no dia 1 de setembro nos cinemas. Neste filme, Isabél interpreta a personagem Dira, uma fugitiva que entra no navio inglês que leva D. Pedro a Portugal, em 1831, nove anos após a proclamação da independência do Brasil. Neste filme, a atriz é protagonista de uma cena íntima com o ator brasileiro Cauã Reymond.

Em entrevistas à imprensa brasileira, a atriz revela que não a agradava a forma como a sua personagem foi descrita pela roteirista e decidiu então, durante as filmagens, dar mais relevância ao papel. Mesmo não sendo a peça central da trama, Zuaá justifica-se com a importância de mudar a “narrativa da mulher negra”.

A primeira cena alterada foi a aula sobre a sexualidade e o prazer feminino, a um grupo de homens que trabalhavam no navio, e a segunda tratou-se do desfecho da sua personagem que originalmente seria presa quando chegasse a Portugal.

Filha de mãe angolana e pai guineense, Isabél nasceu e cresceu em Portugal, onde viveu até 2010. Foi nesse ano que a atriz resolveu fazer um intercâmbio pelo Conservatório de Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e também pela Universidade Federal do Rio de Janeiro estudou dança com a Urino. O intercâmbio tinha uma duração de seis meses mas Zuaá decidiu estender a sua estadia pelo Brasil.

Foi lá que iniciou a carreira como dançarina, seis meses após ter chegado ao país, com o coreógrafo Gustavo Ciríaco com quem trabalhou até 2020.

Faz parte também do seu currículo a participação na obra cinematográfica de Marcos Dutra e Juliana Rojas “As Boas Maneiras”, pelo qual ganhou o prémio no festival de Zingoak em 2018 e no festival de Sitges, em 2017.

Apesar de ter levado mais tempo a ganhar destaque no meio da dramaturgia, nos últimos anos a atriz tem conquistado vários feitos, sobretudo no Brasil. Recebeu o prémio de Melhor Atriz no Festival de Gramado em 2020, pelos filmes Um Animal Amarelo, de Felipe Bragança e Deserto Estrangeiro, de Davi Pretto.

No drama realizado por Marcelo Gomes, recebeu o prémio de Melhor Atriz Secundária no CineEuohoria em 2018, e em Fest Aruanda de 2017 recebeu o mesmo prémio pela longa-metragem de Porto Motta, Nó do Diabo.

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