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Muito mais do que um instrumentista. Iúri Oliveira dá-nos a conhecer o seu “Habitat”

© tiagoPinheira.2021 | www.tiagopinheira.pt

Ao longo dos últimos anos, tornou-se um dos percussionistas mais requisitados de Portugal. De Sara Tavares a Ana Moura, com a Criatura ou no trio de Bossa e Morna, habituámo-nos a vê-lo, em palco, a acompanhar os mais variados artistas e a integrar diferentes projetos. Agora, surge com “Habitat”, um tema original que compôs a solo, em parceria com o músico Manuel Rocha.

“Este momento é especial, para mim, e bastante afirmativo, pois sou um músico que há muitos anos trabalho, colaboro, gravo e toco com artistas, como Sara Tavares, Madonna, Aline Frazão, Ana Lains, Ana Moura, Selma Uamusse, Orquestra Cesária Évora, Criatura, Agir, DAMA, Lura, entre outros, e senti a necessidade de mostrar ao universo que também tenho uma voz, que também tenho algo a enaltecer na música”, explica o percussionista.

Criado no contexto pandémico e num momento pessoal menos positivo, “Habitat” é o que sentiu que tinha a dizer e a forma que encontrou para conseguir abraçar uma ideia de solidão e coabitar a melancolia. “Em vez de cair na depressão e na tristeza – talvez como aconteceu a muitos –, acabei por agarrar um bocado nesses sentimentos, ser produtivo e criar algo”.

Lançado a 10 de janeiro, o tema fala de “um lugar ‘debaixo de água’, fala de solidão, de algo que, normalmente, as pessoas consideram que não é bom. Mas isso faz parte de um habitat, faz parte de um sítio onde, se calhar, quero estar e de um sítio que me faz bem”, partilha Iúri Oliveira. “Tem de se conseguir viver dentro dessas condições que, no momento, são proporcionadas e, naquela altura, fazia-me sentido estar nessa solidão e nesse ‘debaixo de água’ que não deixa de ser um habitat”.

Os elementos da natureza são algo que, facilmente, encontramos na sua sonoridade, para onde tenta exportar o máximo de ambientes. “A água, especialmente”, considera. “Primeiro, porque me sinto muito ligado ao mar. Fui nadador semiprofissional, durante anos, e nadador-salvador, durante nove, portanto, o mar é um habitat, sem dúvida.”

Toda a produção do tema – misturado por Paulo Lourenço e masterizado por António Pinheiro da Silva – foi feita pelo Iúri Oliveira, em parceria com Manuel Rocha. “Costumo dizer que a minha missão na música é inspirar alguém da mesma maneira que alguém já me inspirou”, diz. “Sou um sortudo por fazer o que mais amo com os que mais me inspiram, e uma dessas inspirações é o meu querido Manuel Rocha, que acompanho há anos e que é dos seres mais puros e dos artistas mais completos que conheço.” Quando criou a faixa, o percussionista estava a gravar o álbum “Arco” daquele músico. “Foi automática a nossa sinergia e fez todo o sentido ter a voz dele a imortalizar o ‘Habitat’.”

Uma afirmação como artista

“Habitat” – que se encontra disponível em todas as plataformas digitais – foi o primeiro, mas garante que não será o último tema a solo. “Vou fazendo na altura em que me vai surgindo. Sinto-me muito bem a ser sideman e gosto desta nova coisa de poder ter uma voz e de poder dar indicações aos músicos, num tema que seja para mim, em que esteja a dirigir.”

Juntamente com a faixa – divulgada no dia do seu aniversário –, Iúri Oliveira lançou também um novo website e newsletter, onde dá a conhecer o seu percurso, discografia, concertos e muitos outros materiais, relacionados com os projetos que integra e carreira. “No dia de aniversário, geralmente, as pessoas estão habituadas a receber presentes. E, nesta altura, quis dar um presente, por muito pequeno que seja, mas quis dar-me a conhecer ainda mais.” Porque mais do que um instrumentista, é um artista e criador. “Quando vou ver um cantor, um artista ou uma banda, gosto sempre de saber quem é que está por trás, quem é a pessoa que ficou nas luzes. Há pessoas que são um bocado invisíveis, e isso acontece bastante com os músicos que estão a acompanhar um artista. Estamos lá atrás e somos apresentados, mas acho que cada pessoa também tem ali o seu toque pessoal.”

A solo ou nos projetos em que colabora, a interpretação que faz da música, e sua abordagem de utilização de diferentes configurações de diversos instrumentos, permitem que construa uma atmosfera para cada contexto. O universo musical de Iúri Oliveira é inspirado e criado através de elegância, paixão, cor e vocabulário diverso, com o objetivo principal de servir a música.

Um músico multifacetado

O percussionista considera que este seu lado a solo e o de sideman são diferentes e, ao mesmo tempo, complementares. “Adoro ser sideman. Seja em Criatura, em Ana Moura, ou em Selma Uamusse. Adoro estar nessa posição e acabo por deixar sempre a minha impressão digital. Nunca comprometo um trabalho. Faço o que é pedido e o que a música pede, mas complemento sempre com o meu toque.”

Eclético e versátil, os estilos que aborda vão desde world music, latin jazz, afro-cubano, afro, música brasileira, fusão, fado, entre outros. Hoje reconhecemos-lhe uma identidade consolidada e uma presença regular em álbuns e nos palcos. A lista de artistas com quem gravou ou com quem tocou ao vivo é imensa, e inclui nomes como Sara Tavares, Lura, Criatura, Agir, Branko, Selma Uamusse, Madona, Julinho KSD, Ana Moura, EU.CLIDES, Aline Frazão, D.A.M.A, Rui Veloso, Paulo Carvalho, Ana Laíns, Firmino Pascoal, Rita Vian e muitos outros.

Só no ano de 2021 tem créditos em 14 álbuns, correu o país com dezenas de projetos, e pelo caminho ainda acompanhou a tour internacional de Madona.

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