Jay Arghh prepara-se para finalmente lançar o seu álbum de estreia. Em conversa com a BANTUMEN, o rapper moçambicano contou que “estava mais do que na hora” e que foi uma decisão tomada em conjunto com a sua agência, a CSV.
Apesar de ainda não sabermos o título do projeto, este seguir-se-à aos EPs Lótus (2018) e Yasuke (2020). “Acredito que amadureci imenso e há coisas que já tinha perdido do meu ‘primeiro eu’, que decidi recuperar, e aliado ao live music, que foi algo que comecei a pegar de 2020 para cá.”
Entretanto, já sabemos que o álbum vai ter algumas participações, cujos nomes estão guardados a sete chaves. “Muitas músicas fiz já com o artista em mente, então ia gravando a imitar as vozes dos artistas que imaginei para os temas. Depois contactava, alguns consegui e alguns não, porém, o objetivo será atingido, que é transmitir o que eu quero com a música”, conta.
Nas suas próprias palavras, um dos maiores desafios no processo de produção foi a masterização, porque nem todos os sons saíram como o artista imaginou. Arghh chega a agradecer especialmente ao DJ Bavy pela “pela paciência” para realizar sonoramente o que está na cabeça do rapper.
Assumindo-se como um artista eclético, o projeto vai envolver as sonoridades do Rap, Jazz, Blues, Amapiano e R&B. “Será como escutar diferentes pessoas na mesma obra”, levando também, a vertente do storytelling (Underground) para um cenário comercial.
O álbum de estreia vai ser antecedido por um espetáculo, em Maputo, no dia 30 de abril, que vai contar as histórias por trás dos primeiros trabalhos de Jay Arghh. Este será um evento para recordar o percurso já feito pelo artista mas sobretudo para encerrar um ciclo e iniciar um novo.
Depois de declarado o fim dos New Joint, Arghh decidiu que estava na hora de investir no seu nome a solo mas sem grandes expetativas. “Nunca imaginei que estivesse a fazer o que estou a fazer agora e a ter reconhecimento individual. Certo que ainda falta muito mas, para o que eu era, foi um passo gigantesco”, disse-nos.
O anúncio deste novo projeto acontece numa altura em que Moçambique continua chocado com o desaparecimento de Azagaia e Jay Arghh não quis deixar de recordar a importância do rapper para a cultura hip hop e para a sociedade. “Essa perda foi nossa, perdemos todos e raramente teremos outro e temos que sentir essa perda. Temos de continuar com o seu legado, manter viva a sua obra para as gerações vindouras e preservar a sua imagem e a da sua família”, afirmou.
