A viver entre Brasil, Inglaterra e Portugal – neste último cada vez mais presente e onde inspirou-se para criar o novo EP Bloom, editado esta sexta, 28 – a britânica Jesuton acaba de anunciar uma apresentação ao vivo no Valsa, em Lisboa, dia 6 de maio.
Bloom contém duas poesias, além de suas respectivas traduções, e a primeira composição totalmente em português, “Florescer”.
Com o título “Uma Noite de Arte Preta À Flor da Pele”, Jesuton vai apresentar um pocket show, além da leitura das poesias do EP. Como participação especial, ela vai contar com Antonyo Omolu, artista híbrido performer-dançarino, do Brasil, mas residente em Lisboa, que, segundo ele, “investiga e pratica o comportamento pré-expressivo do ser humano em situação de representação. Linguagens cénicas negras e dança afro-brasileira contemporânea compõem as ferramentas de articulação de um corpe negre no mundo”. Para a data, Antonyo conta que fará uma performance de experimentação ligada às palavras, intitulada “em-cor-pada”.
Jesuton, que fala português fluente, se diz ansiosa para a chegada do dia 6: “Além da possibilidade de dividir um trabalho que tem significado artístico bem profundo para mim, a noite em si vai ser um momento de muita união, conversa e troca. Meu trabalho dá protagonismo para a voz e experiência negra e essa noite tem como propósito abrir mais um espaço para essa intenção reverberar e continuar a ganhar amplitude”.
A artista – que se revelou no Rio de Janeiro e já se apresentou em grandes festivais como Rock in Rio e Lollapalooza e está confirmada na primeira edição do The Town, em São Paulo, em setembro – reconhece a importância da união e do sentido de comunidade: “No momento turbulento atual em qual vivemos, eu acredito vivamente que é preciso fortalecer e acrescentar laços afetivos dentro da comunidade preta, marginalizada, imigrante e suas aliades, deixando a nossa diversidade ser também a nossa força. É uma grande honra poder contribuir com tudo que eu tenho para oferecer nesse sentido, e ter a oportunidade de enaltecer outros artistas pretas brilhantes aqui em Lisboa. Dessa forma, sempre juntes, avançaremos a agenda coletiva de convívio, resistência e representatividade”.
Durante o evento, 20 minutos serão reservados para um microfone aberto, ou seja, quem quiser poderá declamar a sua poesia e fazer a sua performance. “Será muito especial”, finaliza Jesuton que terá a pianista, Pri Azevedo, ao seu lado no palco.
Equipa BANTUMEN
A BANTUMEN é uma plataforma online em português, com conteúdos próprios, que procura refletir a atualidade da cultura negra da Lusofonia, com enfoque nos PALOP e na sua diáspora. O projecto editorial espelha a diversidade de visões e sensibilidades das populações afrodescendentes falantes do português, dando voz, criando visibilidade e representatividade.