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Jogadores e ex-jogadores contestam menosprezo internacional pela CAN

Ian Wright | DR
Ian Wright | DR

Estamos a oito dias do início da competição mais importante do futebol africano. A Copa Africana das Nações 2022 tem o seu pontapé de saída no dia 9 de janeiro, nos Camarões, com um total de 24 equipas.

Ian Wright, antigo atacante da seleção de Inglaterra e do Arsenal, juntou-se a Patrick Vieira (treinador e ex-jogador senegalo-francês) no conjunto de vozes que se tem elevado para reclamar a falta de respeito das organizações e clubes internacionais em relação à competição africana.

Segundo Wright, a Copa das Nações Africanas é “menosprezada” pela cobertura negativa da mídia. Já Vieira escreveu no Instagram: “Já houve um torneio mais desprezado do que a Copa das Nações de África?”

As contestações têm surgido pelo facto de “muitos dos melhores jogadores da Europa serem africanos”, diz Wright, e os clubes demonstrarem alguma resistência em aceitar que os atletas sejam libertados para jogar pelas respetivas seleções.

Sobre a cobertura da mídia em torno da CAN, Vieira já tinha afirmado que “não há maior honra do que representar o seu país” e que “a cobertura [dos meios de comunicação] está totalmente tingida de racismo”.

“Já jogámos o nosso Euro em dez países, no meio de uma pandemia e não há problema nenhum. Mas os Camarões, um único país que acolhe um torneio, é um problema”, reagiu comentando também sobre as repetitivas perguntas aos jogadores se vão representar as suas seleções, comparando se a mesma questão seria colocada a “um jogador da Inglaterra”. “No final das contas, as nossas seleções nacionais são tão importantes quanto as seleções europeias e o resto”, sublinha, citado pela BBC África.

Sebastien Haller, atacante costa-marfinense do Ajax, acredita que a sugestão de que um jogador deve perder o torneio para jogar pelo seu clube “mostra a falta de respeito por África”. Haller disse ao jornal holandês De Telegraaf: “Esta [pergunta] alguma vez foi feita a um jogador europeu com vista a um campeonato europeu? Claro que representarei a Costa do Marfim. É uma grande honra”, admite.

No entanto, o jogador de 27 anos salienta que ter de faltar a jogos em clubes “é muito frustrante”. “Odeio ter de escolher entre o meu país e o meu clube”, acrecentou Haller.

A partir de 9 de janeiro, algumas equipas da Premier League vão ficar desfalcadas, em relação a alguns jogadores de destaque, como o Crystal Palace, que deve perder Cheikhou Kouyaté, Wilfried Zaha e Jordan Ayew – o técnico dos Eagles.

Patrick Vieira, vencedor da Taça do Mundo e do Campeonato da Europa, partilha da mesma opinião que Haller. “Respeito e compreendo a paixão e a importância dos jogadores em representarem o seu país, por isso nunca vou impedir nenhum jogador de jogar a Taça das Nações Africanas”, disse Vieira.

“Penso que esta competição deve ser mais respeitada – porque é tão importante como o Campeonato da Europa”, ressalvou.

Ainda no campeonato inglês, durante a CAN, o Liverpool vai ficar sem Mohamed Salah, Sadio Mané e o meio-campo Naby Keita. O Manchester City perderá Riyad Mahrez, enquanto o segundo colocado Chelsea não poderá contar com o guarda-redes Edouard Mendy e Said Benrahma, do West Ham.

Leeds United, Newcastle United, Norwich City e Tottenham são os únicos clubes da Premier League que não perderam um jogador para o torneio.

Os jogadores podem jogar pelos seus clubes até 3 de janeiro, antes de partirem para a Copa Africana de Nações, depois de ter sido concertado pela Fifa que os clubes devem libertar os jogadores até 27 de dezembro.

“É por isso que é importante ter um técnico negro que possa fazer as pessoas entenderem as suas raízes e como este torneio é importante para os africanos”, disse Ian Wright, ex-jogador da seleção inglesa.

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