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Kacau Tom de Pele, a verdade e o ativismo de Elisabete Moreira

Da admiração a Oprah Winfrey e da desilusão amorosa pelo plateau, nasce o projeto que serve o propósito de vida de Elisabete Moreira. É um bebé disruptivo de apenas um ano e meio mas que já estava a ser sonhado e maturado quatro anos antes de conhecer a luz do mundo.

É também de luz que é feito este projeto de empoderamento feminino, através da lingerie. Roupa íntima que não só serve o propósito de vestir, como se traduz numa âncora de auto-estima, sentido de pertença e auto valorização. Tom de pele pauta a oferta de cada artigo disponível para compra na Kacau. É tom de pele para quatro padrões diferentes (que a marca classifica como Kacau 35, Kacau 65 e Kacau 85) e que pretendem ampliar o conceito de nude.

A marca é percursora neste tipo de oferta especializada no mercado têxtil e de acessórios, português, suprindo a necessidade de mulheres negras, reconhecida entre outras dez mil ideias de negócio, na 9ª edição do Acredita Portugal (um dos maiores concursos do mundo para novos empreendedores).

Em entrevista com a fundadora da marca, ficámos então a perceber como se deu o voo desta ex-assistente de bordo (profissão que exerceu por dez anos) para este destino do empreendedorismo, com um negócio que não é apenas comercial mas a representação de uma causa.

Kacau Tom de Pede, de Elisabete Moreira | @gustavoserraphoto
Kacau Tom de Pede, de Elisabete Moreira | @gustavoserraphoto

Podemos dizer que a Kacau é uma marca que, além da estética, ocupa um espaço de intervenção?

Sem dúvida. A Kacau é a minha forma de ativismo pela igualdade, respeito e inclusão. Quis transformar em dom a dor de não me sentir representada no universo da roupa interior e acessórios, quando procurava por artigos cor de pele. E fez-me todo o sentido ir ainda mais fundo e incluir todos os tipos de corpo. Não temos de nos conformar com as opções limitadas que existem e não nos servem. Todos merecemos ser vistos e valorizados tal como somos e a Kacau quer ter um papel interventivo e diferenciador neste propósito.

Sentes que a marca ajuda-te a cumprir o teu propósito de vida?

Absolutamente. A Kacau é uma extensão de mim e está profundamente alinhada com as minhas raízes, a minha essência feminina e os meus valores essenciais. O meu propósito de vida é viver em verdade, em total alinhamento com quem sou. E essa verdade tem de manifestar-se em todas as áreas da minha vida, dos relacionamentos à minha carreira. Portanto, só me fazia sentido criar algo onde pudesse usar a minha voz, sabedoria e dons para fazer não só aquilo que amo mas também aquilo em que acredito. De alguma forma, poder contribuir para um mundo melhor ao criar algo tão único e necessário.

Qual o teu maior sonho para a marca?


Formar o império Kacau. Que esta marca-causa seja uma referência nacional e internacional no seu segmento e no contributo para uma auto-estima saudável e para o amor-próprio de cada indivíduo. Não só por comercializar artigos que, pela sua qualidade e exclusividade, contribuem para que todas as mulheres se sintam confiantes, sexy e valorizadas, mas também pelas ações que leva a cabo para cumprir a sua missão.

A internacionalização da mesma faz parte dos planos?


Desde o primeiro dia. A Kacau é uma marca nacional com escala internacional. Somos uma das poucas marcas no mundo especializadas neste segmento e a expansão internacional da marca é incontornável.

Como é composta a tua equipa?


Neste momento é uma empresa familiar, gerida por mim e pelo meu marido, e subcontratamos os serviços necessários.

O feedback do teu público alvo tem correspondido às expectativas?


Largamente. Fico sempre emocionada quando recebo feedback a confirmar a qualidade, o conforto e a beleza das nossas peças e dos nossos tons, que tanto servem para um match perfeito como para um contraste irresistível.

Tendo em conta as várias lacunas no seio da comunidade negra, em Portugal, em que medida a introdução da tua marca no mercado português as colmata ou atenua?

Espero que a Kacau possa inspirar outras mulheres negras a seguir os seus sonhos e a ocuparem o seu lugar, derrubando todos os obstáculos visíveis e imaginários. Que possa simbolizar o empoderamento, a inclusão e o respeito em diferentes dimensões e esferas sociais. Que a minha voz ativa não só se junte a outras vozes como as desperte e juntas consigamos trazer luz e igualdade para tudo o que precisa ser curado, transformado e, finalmente, amado.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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