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Kady e Papillon excelam sem surpresas no Super Bock em Stock

Kady no Super bock em Stock, em novembro de 2022 | ©BANTUMEN
Kady no Super bock em Stock, em novembro de 2022 | ©BANTUMEN

Numa atmosfera intimista, bastaram dois anos de conceptualização do EP Lumenara para que o público do Super Bock em Stock, presente no concerto da artista cabo-verdiana, Kady, no cinema São Jorge (Lisboa), se conectasse com a exaltação de sentimentos que esta Lumenara acendeu nos seus ouvidos.

De palco cheio e com casa bem composta por admiradores da artista, facilmente encontrámos tantos outros artistas como Carlos Pereira, Don Kikas, Gisela Casimiro, Kalaf Epalanga, Loony Johnson, Mário Marta, Nelson Freitas, entre outros que quiseram estar presentes e comemorar o feito da doce Kady.

Acompanhada pela sua banda, a artista convidou o público a escutar a sua composição de chamas, desprendida de palavras e com a ânsia de projetar a dita liberdade de expressão, enquanto realizava uma mescla perfeita entre o pop e a música tradicional de Cabo Verde. Durante todo o espetáculo, homenageou continuamente as raízes do arquipélago de Cesária Évora, com o brilho e a doçura que tão bem a caracterizam.

Mas, se no cinema de São Jorge, pensamos em cadeiras, público sentado a bater o pé – um tanto ou quanto contido na sua linguagem corporal – desenganem-se porque, dentro daquelas quatro paredes, a artista cabo-verdiana deu palco, voz e batuku no último dia do festival de música que abraça as ruas de Lisboa e que tem como mote a apresentação de novas sonoridades. E que bendito dia foi esse, Kady! 

Pouco a pouco, o gingar de anca, o bater do pé, a projeção de voz tornou-se uníssona com a presença em palco de Nayela, que interpretou uma das faixas mais emblemáticas do Lumenara – Nha Kabelu – e, claro que, o featuring com Dino d’Santiago não poderia faltar. 

Dançamos todos djuntus ontem, cada um no seu compasso, mas uma coisa é certa… A música quando interpretada com uma mensagem e até mesmo com uma missão, acaba muitas vezes por fazer-nos deambular por lugares que nos fazem renascer e despertar até chegarmos às lumenaras das nossas vidas. E o poder que a magia da música pode ter, quando interpretada por Kady, é oto cuza.

 

Papillon no Super Bock em Stock 2022 | ©BANTUMEN

Papillon entregou Jony Driver pela primeira vez ao público

Há um certo entusiasmo palpável nos festivais que são reflexo da necessidade humana de contato social, guiado união que a música cria, sem exclusão. No terreno, uns correm sem rumo, de copo na mão, à procura de um próximo ponto de interesse, outros estranham-se mas entrosam-se nas conversas sobre quem foram ver e as suas expetativas.

Apesar de acontecer num recinto fechado, o Super Bock em Stock emana também essa energia, talvez fruto do “festival mãe”, o Super Bock Super Rock.

“Tou farto de ‘tar farto, ao fardo eu vou-me dar
A farpa faz parte, o que faz falta é—
Faz falta mudar p’ra melhor, mudar p’ra melhor
Faz falta mudar p’ra melhor, mudar p’ra melhor
Faz falta mudar p’ra melhor, porque dá p’ra melhor
Porque dá p’ra melhor, faz falta mudar p’ra melhor
(Mudar p’ra melhor) Mudar p’ra melhor”

Depois da correria entre o São Jorge, onde atuou Kady, até ao Capitólio, entramos no recinto exatamente no momento em que Papillon fazia ecoar nas colunas o refrão de “Metamorfose fase I”, a primeira faixa do seu novo álbum Jony Driver.

Se no álbum passado, a metamorfose de Papillon era a saída do casulo, neste novo projeto, é sem dúvida um regresso à larva que já trabalha no processo que futuramente a transformará em borboleta.

Para quem segue o rapper e vê os seus concertos, consegue facilmente perceber as mudanças que tem sofrido a nível artístico e arriscámo-nos a dizer que também a nível pessoal. Ouve-se um Papillon mais maduro, mais consciente e ciente do que quer transparecer cá para fora e a mensagem que quer passar é mais clara.

Com o ambiente a pedir que nos juntássemos à linha da frente da plateia, lentamente, fomos-nos aproximando do palco.

Queríamos ver e sentir de perto a arte de Papillon. Acompanhado pela sua banda, fez-nos viajar desde “Metamorfose fase I” até ao “Jony Driver”, última faixa do álbum, sem esquecer nenhum detalhe no intervalo de cada música. E quando parecia que já tinha acabado o concerto, Papillon trouxe-nos boas memórias com músicas de trabalhos passados, mas que continuam igualmente atuais, como “Fala Bonito”, “Sweet Spot” ou “Fam”, com Slow J.

O normal seria o público ainda não saber de cor todas as letras de Jony Driver, afinal o álbum foi lançado há dias. Mas esse normal não existe quando se trata da potência que é a música criada por Papillon. A maioria cantou as faixas do novo projeto como se tivesse feito parte do seu processo criativo. Foi uma festa bonita que vai com certeza repetir-se nas próximas apresentações deste Jony Driver.

Artigo escrito por Ana Rita d’Almeida e Wilds Gomes

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