Foi em agosto que Katiúscia Yasmira Dias voltou às competições, após cinco meses de paragem devido a uma lesão. Esse regresso para a atleta de Jiu-Jitsu não podia ter sido melhor, conquistou duas vezes a medalha de ouro, no AJP Europe e no Team Cup – Europe Qualifiers, na Croácia. Três meses depois, Yas, como é conhecida, é agora notícia por sagrar-se Melhor Atleta em África. A campeã superou todos os homens e mulheres da modalidade, visto ser um prémio misto.
Londres, Zurique, Gran Canarias, Bruxelas, Roma, Atenas, Porto, Paris, entre outros, ao todo, a artista guineense Yas já conta com mais de 14 campeonatos. São 14 medalhas de ouro com 30 lutas, 27 finalizações, 2 vitórias por pontos e uma derrota por pontos.
Numa declaração à BANTUMEN na altura em que voltou às competições, a atleta mostrou o seu entusiasmo por voltar ao tatami e disse-nos que a sua única ambição era “ser a melhor faixa preta do mundo”.
Katiúscia Yasmira Dias conquistou o prémio de The Best African Player” (Melhor Atleta Africano), no Abu Dhabi World Jiu-Jitsu Awards, que teve lugar no Dubai, onde tornou-se também na mais nova cara da APJTour, evento desportivo de Jiu-Jitsu.
“Este foi o prémio (sem desvalorizar nenhum outro), que mais me orgulhou de ter conquistado. É um prémio que é dado pela @ajptour pelo ranking de cada continente, ao melhor atleta africano da época ou melhor, ao atleta com mais pontos, onde misturam ambos os sexos (feminino e masculino), o que acaba por ser ‘injusto’, mas isso é outra conversa. A Yas meteu na cabeça que na próxima época esse troféu teria que ser conquistado, de qualquer modo, entretanto a meio da época houve uma lesão que fez-me ausentar por 5 meses. Onde alguns atletas continuaram a fazer pontos e a Yas tinha tudo pra desistir e deixar pra próxima época mas como não fui feita pra desistir”, lê-se num post no seu Instagram.
Yasmira acrescenta ainda que pela primeira vez, ”este prémio foi conquistado por uma mulher, e claro, uma mulher africana. E mais, por uma mulher guineense. E também pela primeira vez, seja no feminino ou masculino, alguém conquista esse prémio, ganhando o tour todo em primeiro lugar. Este é o falcão de número um de África”.
Para Yasmira não se trata só de luta, mas sim de empoderamento enquanto mulher, de disciplina e foco. Yas concluiu ainda que quer dedicar este prémio a todas as mulheres que todos os dias lutam e correm atrás dos seus objetivos e sonhos sem nunca desistir. No final da dedicatória, a atleta remata: “E dedico também aos homens que valorizam e respeitam as mulheres”.
Relembramos que Katiúscia Yasmira Dias, mais conhecida como Yas, é cinturão negro e a sua trajetória ja conta com numerosas medalhas e prémios. É 40 vezes campeã de Portugal, cinco vezes campeã da Europa, quatro vezes campeã mundial de 90 quilos, cinco vezes Naga Belt, Melhor Atleta Africana, entre outros títulos.
Wilds Gomes
Sou um tipo fora do vulgar, tal e qual o meu nome. Vivo num caos organizado entre o Ethos, Pathos e Logos – coisas que aprendi no curso de Comunicação e Jornalismo.
Do Calulu de São Tomé a Cachupa de Cabo-Verde, tenho as raízes lusófonas bem vincadas. Sou tudo e um pouco, e de tudo escrevo, afinal tudo é possível quando se escreve.