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KenWhy, o rap do Seixal vive-se na Holanda

KenWhy
Imagem divulgação

KenWhy, de nome completo Kenidy Luis Inacio Salvador, nasceu no verão de 1994, na Charneca do Lumiar, em Lisboa. Viveu em Paio Pires, no concelho do Seixal, em Setúbal, dos cinco até aos 13 anos, quando imigrou com o irmão mais velho para a cidade de Haia, no norte da Holanda.

Ainda em Portugal, no início do milénio, a sua família tinha várias cassetes de vídeo com as gravações das atuações do grupo de Hip-Hop Ultimatorz, do qual fazia parte o seu irmão mais velho, que acabou por se tornar uma das suas maiores influências musicais.

Entretanto, aos 11 anos, KenWhy teve a oportunidade de gravar o seu primeiro tema em estúdio e de subir ao palco do Paradiso, um espaço musical e cultural como mais de 50 anos de existência, localizado em Amsterdão, capital holandesa.

A viver apenas com o irmao, o artista poderia ter mais liberdade, mas o próprio acabou por refletir a disciplina dada pelos pais e que o fez tornar-se no homem focado que é hoje. “Levei os bons hábitos de casa comigo e não me deixei influenciar”, conta-nos.

A primeira vez em estúdio surgiu de forma natural por ser algo que sempre quis fazer. Contudo, ter um irmão rapper também facilitou o desenrolar do início da sua carreira.

“Os meus irmãos foram uma influência muito grande, a maneira de vestir a atenção que recebiam do público quando actuavam, o grupo era muito versátil tinha dançarinos, rappers cantores e cantoras de r&b e naquela altura faziam muito sucesso na Holanda e eu sempre quis fazer parte do grupo. Para mim eles eram um exemplo.”

“A primeira mixtape surge em 2015, com as participações de conhecidos da minha cidade na altura e amigos de infância de Portugal, que também faziam rap. Em 2017 lancei um EP”.

Em 2018 é quando KenWhy começa então a prestar mais atenção ao aspeto visual dos seus trabalhos. Surgiram assim vários videoclipes como “Fake”, “Tou focado” e “Plasma”.

Além do seu irmão, o rapper tem como influências no rap português pela Força Suprema e Malaba da Gun, nos dias de hoje, e Kalibrados, Boss AC, Black Company, Valete que ouvia quando começava a dar os primeiros passos na música.

“Malaba acaba por ter um papel muito forte na sua carreia por serem da mesma zona, Paio Pires. “Ele representava praticamente o nosso bairro na Margem Sul, através dele o nosso bairro ganhou uma voz e também porque na altura, quando emigrei, o Malaba tinha feito o mesmo e eu comecei a identificar-me muito com as letras dele.”

O artista falou-nos também da sua admiração por NGA. “Em 2009 identificava-me muito pelas histórias que ele contava nas músicas. As letras eram puras. E respeito muito o hustle e persistência que ele mostrou no hip hop, de nunca desistir daquilo que gostamos de fazer mesmo quando o resto não te aceita. Para mim ele é o meu irmão mais velho na musica.”

Internacionalmente, KenWhy ouve J.Cole, Meek Mill, Kendrick Lamar, Travis Scott, Burna Boy, Offset e o inglês J Hus.

“O Meek Mill, para mim, também é uma grande influência do rap internacional pela forma que rima. Gosto muito de storytellers e o ele é um dos melhores”.

Sobre o movimento em Portugal, o artista diz-nos que “cresceu muito”. “Tenho acompanhado de longe e vejo uma evolução não apenas nos artistas mais também no número de ouvintes. Tem rappers muito bons na nova escola e é isso que faz crescer a cultura.”

Já na Holanda, rap tem mais espaço do que o feito em Portugal. “Porque aqui os artistas têm mais possibilidades em fazerem grandes números e serem conhecidos internacionalmente, comparando com Portugal. Aqui há mais facilidades para os artistas poderem sobressair e assinarem um contrato com uma grande label e ter concertos a norte a sul e fora do país. Além de que existem mais plataformas para divulgar o trabalho e apresentá-los ao público através das rádios e espaços televisivos.

Grupos como SFB, SBMG, Broedeliefde, Wilde West, Rotterdam Airlines fazem neste momento muito sucesso na Holanda e internacionalmente também.”

KenWhy também esta atento ao que se produz na lusofonia. “Conheço vários rappers de Angola porque acompanho tanto a velha como a nova escola. Muitas vezes enviam-me álbuns que acabam de sair ou mixtapes de artistas como Mobbers, TRX, Kid MC, Yannick Afroman… De Moçambique conheço apenas o Azagaia, tenho ouvido algumas músicas dele.

It’s all about the numbers this days

É tudo sobre os números hoje em dia

A importância das estatísticas é algo que não lhe foge da mente: “hoje em dia os números são muito importantes. O pessoal só presta atenção no teu trabalho quando consegues atingir certos números. A partir daí é que vêem os concertos e começam a chamar-te para eventos.”

Atualmente, o plano do rapper é manter-se focado. O mais importante para mim neste momento na minha carreira é poder levar a minha música o mais longe possível. Fazer as pessoas se identificarem com as minhas letras e histórias.

“Neste momento tenho vários singles preparados para serem lançados com videoclipe, gravados tanto na Holanda como em Portugal.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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