Nas políticas urbanas das sociedades modernas, a reabilitação é um factor decisivo na regeneração dos centros urbanos e na qualidade de vida dos seus cidadãos.
A cidade de Lisboa comporta atualmente um número importante de imóveis degradados, reaproveitados por artistas urbanos para servirem de tela para as suas obras de arte.
Foi o que fez Kouka Ntadi, pintor franco-congolês. Numa parceria com o Boa Lab, Kouka ofereceu à capital portuguesa um gigante guerreiro Bantu, peça central da sua inspiração artística atual.
Na sua conta de Instagram, o grafiteiro e pintor explica que “o guerreiro levanta-se para recordar-nos as origens ancestrais do mundo moderno. Contra um cenário de natureza exuberante, inspirado pela tradicional francesa Toile de Jouy [um tecido impresso utilizado na indústria têxtil], e que evoca um mundo próspero, este é um convite para nos abrirmos a um mundo imaginário onde os seres humanos e a natureza vivem em perfeita harmonia”.
Além deste guerreiro que pode ser apreciado no número 73 da rua da Boavista, Kouka vai também apresentar em Lisboa a sua primeira exposição individual, a partir do dia 30 de setembro. Homens é também uma produção em parceria com a galeria e movimento artístico Boa Lab.
Kouka Ntadi é um pintor franco-congolês, nascido em Paris em 1981, no seio de uma família de artistas. Neto do pintor expressionista Francis Gruber, Kouka é um artista filho do hip hop, que usa também o grafite como veículo da sua arte.
Formado na Escola de Belas Artes de Avignon, no sudeste francês, o pintor interessa-se sobretudo pela essência humana, gerando retratos com uma impressão urbana única numa procura incessante pela sua individualidade e essência enquanto afrodescendente.
No ano passado, Kouka passou por Portugal para deixar os “seus” guerreiros Bantu em vários pontos da região da Grande Lisboa.