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Lisandro Cuxi, um fenómeno da música em francês e crioulo

Lisandro Cuxi | DR
Lisandro Cuxi | DR

Lisandro Cuxi nasceu em Portugal e mudou-se para França com a família aos nove anos de idade. Aos 17 anos, ganhou o programa de televisão “The Voice France”, sendo reconhecido no mesmo ano como o Jovem Revelação Francófona do Ano. Um ano depois, alcançou o segundo lugar na final francesa do concurso Eurovisão.

Atualmente, Lisandro divide o seu tempo entre França e Portugal. Tivemos a oportunidade de entrevistá-lo nas instalações da Sony Music Portugal para conhecer um pouco mais sobre a história deste jovem que chegou a França sem falar o idioma, mas conseguiu brilhar na música. “Cheguei a França sem falar uma palavra de francês, então chegar onde cheguei foi incrível. É algo inesquecível, até hoje. Adoro o palco, sempre que há música envolvida, gosto disso. Gosto de competir, quando há competição, entro nessa. Sou realmente um guerreiro, então vamos nessa”, disse Lisandro quando começamos a falar sobre as competições em que participou tão novo.

Ao longo dos anos, Lisandro tem mostrado que a música é realmente o seu ponto de partida. Desde que lançou o primeiro álbum, Ma Bonne Étoile (Minha Boa Estrela, em português), em setembro de 2018, não tem parado.

O artista lançou uma série de singles, cada um com uma mistura de estilos diferente, que se passeiam entre R&B, Pop, Kizomba e um toque de Afrobeat. Lisandro não se limita a um único género musical, e um exemplo disso é a sua música “La La Land”, lançada em 2021, e que, de certa forma, resgata “tubes” R&B dos anos 2000, como “U Got It Bad”, de Usher, ou “Rain On Me”, de Ashanti.

“Aquela música foi muito bacana. Estávamos em 2021, eu estava a escrever a música no dia 11 de fevereiro, três dias antes do Dia dos Namorados. Inicialmente, era apenas um freestyle e, quando entrei no estúdio, o Nelson Klassik ouviu apenas um minuto que eu queria postar no Instagram e disse: ‘mano, isso aqui não é apenas um freestyle, é um som’. Gravamos o vídeo no mesmo dia. A história foi linda mesmo, fizemos tudo no sentimento, e o vídeo ficou incrível”, explicou Lisandro.

No entanto, foi com o remix da música “Bai”, com a irmã Soraia Ramos, que Lisandro ganhou outra dimensão na sua carreira. Embora já fosse conhecido, essa música permitiu-lhe chamar a atenção dos países de língua oficial portuguesa, abrindo-lhe várias portas. Começou a realizar mais shows e teve mais oportunidades, o que fez com que o público pedisse por mais músicas do cantor em crioulo.

Dessa experiência surgiu a música “Karma”, primeiro em francês e depois numa versão em crioulo, que faz parte de EP Batard Lover (BTLV), lançado em fevereiro deste ano. “Nada foi planejado, para ser sincero. Fiz a versão em francês e, alguns meses depois, estava no meu quarto e decidi experimentar um pouco em crioulo, e o resultado foi bom. Gravei, fiz o vídeo. E eu não tinha ideia de que hoje em dia a música teria 8 milhões de visualizações em três meses. Era algo que para mim parecia impossível. E estou muito grato”, disse Lisandro.

O que ele canta reflete muito de sua vida, experiências e vivências, assim como o EP “Karma”. O trabalho possui uma sequência narrativa que aborda os vários amores e desamores da vida. Começa com alguém que partiu o seu coração e o levou a tornar-se num playboy, mas depois cometeu um erro e tentou pedir desculpas. No entanto, Lisandro teme que esse karma retorne por causa desse erro. “Na época, já tinha quase todas as músicas, escolhi cinco entre dez, e quando as escolhi, percebi que as letras se encaixavam bem e, a partir daí, criamos essa história baseada no que vivi”, explicou sobre o processo criativo de Batard Lover.

Lisandro não quer ser apenas conhecido como o irmão de Soraia, embora ela tenha uma grande importância na sua vida. Ele quer trilhar o seu próprio caminho e história na música. Agora, com a sua própria gravadora, a LS Music, ele tem mais liberdade criativa e pode focar-se mais na sua música.

Um dos seus próximos é lançar um álbum ou EP em crioulo e também em francês. Além de conquistar o público francófono, Lisandro quer marcar a diferença entre o público dos PALOP. O artista não se deixa pressionar pelos números, sabe ter paciência e precisa sentir as suas músicas. “Elas precisam estar no feeling“, afirma, para que as coisas saiam como deseja.

Ataulamente, está focado em si mesmo e na sua carreira. Quer fazer colaborações com artistas renomados em Portugal e além. Tem trabalhado duro para chegar onde quer, com o sonho de pisar em grandes palcos e encher arenas como o Coliseu.

Depois de cumpridas algumas dessas missões, daqui a, talvez, cinco anos, quem sabe, Lisandro quer também ajudar outros artistas a trilhar os seus próprios caminhos, como diretor artístico.

Faz play abaixo para veres a entrevista na íntegra.

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