Começou no dia 19, a peça Luminoso Afogado da companhia de teatro Griot, sendo a primeira abordagem da companhia a um texto e a um autor português, encenado e interpretado pela atriz Zia Soares, Chullage e Gio Lourenço.
É uma revisita a Al Berto, com quem Zia trabalhou pouco antes da sua morte, na adaptação e encenação de um texto do autor, Lunário – o espectáculo viria a chamar-se “O Canto do Noitibó”. Zia Soares trabalhava na sua primeira encenação e Al Berto naquele que seria o seu último projecto artístico.
Foi há dois anos atrás que a peça se estreou em Lisboa, no Teatro da Trindade. De seguida, o espectáculo voou até território africano, onde foi apresentado e integrado na programação do Festival Mindelact 2018, em Cabo-Verde. O que acabou por alterar a peça em si face ao território onde se encontrava.
Ver esta publicação no InstagramComeçar 2020. Fotografia: @abdelkeitatavares
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Houve uma mudança e reestruturação que se revelou essencial, “um novo olhar que abarcasse uma outra língua, uma outra fala, o crioulo, ela própria uma reconfiguração de outras,” lê-se no comunicado da companhia. E é esta nova versão que agora se estreia em Lisboa, no espaço Alkantara.
Segundo a explicação da companhia Griot, a peça Luminoso Afogado “é uma espécie de linha da sombra, onde num confronto com o espelho, com a morte e com a passagem do tempo, alguém não se reconhece, está entre ser o que é e outro irrecuperável e ausente. Espectros rompem a barreira entre vivos e mortos, refazem nexos com línguas reconfiguradas a partir de outras, cantadas, carpidas, silenciosas. Um lugar onde o “silêncio é definitivo”, onde se oscila entre a memória e o esquecimento mais absoluto. Um mergulho onde se suspende a respiração noutro tempo, noutro lugar.”
A peça tem a duração de aproximadamente 55 minutos, e pode ser vista até 1 de março, entre quarta-feira (21h30) a domingo (19h) no Espaço Alkantara.
Equipa BANTUMEN
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