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O mais difícil foi não ter exposição na mídia”, Lurhany

Lurhany | Divulgação
Lurhany | Divulgação

Existe uma palavra que realmente define a música e o estilo de Lurhany, a excentricidade. E se o panorama musical da nova geração em Angola tivesse uma calçada da fama, provavelmente o artista já teria a sua estrela presente no espaço.

Gilson Miguel ou melhor Lurhany é uma daquelas novas vozes que Angola e a comunidade PALOP viu nascer e florescer nos últimos anos e que, a cada trabalho, mostra ser um artista com os pés fixos no chão e capaz de contribuir na emancipação da música moderna angolana.

Caracterizando-se como sendo um artista imprevisível, em conversa com a BANTUMEN, Lurhany disse que esta definição deve-se ao facto de estar constantemente a fluir entre diferentes vibes e estilos. Para si, não existem rótulos e, por isso, as pessoas “devem simplesmente esperar a música e não um estilo musical”.

Com 24 anos, o artista caiu nas “teias da música” por influência dos irmãos. Desde sempre o habituaram a ouvir estilos diversos e num nível de decibéis acima do que a maioria considerará a média. “Quando era mais novo, era impossível não acordar com a música alta lá na casa da nossa mãe e eu amava isso. Entrei no mundo da música porque achei que é o meio mais fácil de me expressar, e por ver nela um caminho para a minha felicidade. Sinto-me bem quando canto”, expressou Lurhany.

Com passar do tempo, e com o aumento do gosto pela arte, em 2012, Lurhany decidiu “sair do armário” e assumir-se como cantor e compositor, sendo que os seus estilos de eleição na época eram o Rnb e o Rap. Entretanto, o artista nunca mais parou. Lançou várias músicas, mas decidiu considerar como primeiro lançamento oficial o single “Ninguém Me Pega”, pois foi o que o tornou popular e que, consequentemente, permitiu abrir algumas portas. “Tenho outras músicas antes desta, mas foi com esta que muita gente me descobriu e fiz muitas performances por Angola, e tive o meu primeiro cachê”, explicou Lurhany.

Quase quatro anos depois, o artista lançou muitos outros projectos, como é o caso do single Num Tem Flow, com Kelson Most Wanted e o EP Milagre, que acabaram por conquistar as pessoas em geral e artistas de peso em Angola.

O artista já trabalhou com Titica, Preto Show e Anselmo Ralph, sendo este último o responsável pelo refrão da música “Vai Devagar”, cantada por Preto Show com a participação do “Cupido”.

“Sinto-me muito satisfeito, é uma sensação de conquista ouvir o Anselmo Ralph a interpretar uma letra minha. Quanto à produção, estava no estúdio com o Teo No Beat a criar muitas vibes, estávamos tão inspirados que gravámos aquilo em poucos minutos e estava feito. Meses depois, quando o Preto Show apresentou [a música] ao Anselmo Ralph, ele gostou, gravaram, lançaram e boom! Mais um sucesso”, disse-nos Lurhany.

Mas nem tudo foi um “mar de rosas” para o artista. Lurhany confessou que chegar aos meios de comunicação marcou um impasse na progressão da sua carreira. “O maior desafio no passado para mim foi não ter exposição na mídia, para fazer chegar e dar visibilidade ao meu. Hoje, tudo é mais fácil, graças a Deus e à conquista do meu espaço com o meu trabalho”, declarou.

Na lista de destaques e prioridades na sua carreira, o artista diz que pretende ser referência na música feita em português, em especial, juntos dos young dreamers, para quem quer contribuir para o crescimento de carreiras, abrir portas e passagem de testemunho. “Quero ser referência quando se tratar de música feita em português principalmente para a juventude, quero ajudar muitos a encontrarem um caminho e a música é um bom caminho. Quero trabalhar muito para no futuro, a geração depois da minha, mesmo daqui a uns 50 ou mais anos, use os meus trabalhos como modelo de aprendizado”, exprimiu o artista. “[Quero transmitir] motivação, reflexão e alegria. Quero que as pessoas sintam a beleza da vida ao ouvirem-me, quero ajudar a pintar um mundo melhor com música”, acrescentou.

O seu último trabalho, “Ta Tudo Bem”, é um rap que foi lançado em fevereiro e transmite uma mensagem de incentivo na estrada do sucesso. “Escrevi, gravei, misturei e masterizei no meu quarto. Foi num momento em que senti que as coisas estavam prestes a mudar para melhor, tinha a certeza que teria mais audiência, mais oportunidades, estava diante de uma evolução na minha vida”, explicou.

Para este ano, o cantor diz que vai lançar mais sons e participar em trabalhos coletivos que sairão em breve, com o selo da editora Banger Boyz, liderada por Preto Show.

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Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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