A Forbes já atualizou a lista anual dos bilionários africanos deste 2023. Apesar de o nomes que figuram no ranking não serem novidade, há três factos a ressaltar. O primeiro é que não há mulheres nesta lista; o segundo é que apenas três dos sete homens são negros e no último ano estes afortunados perderam um total de 3,1 biliões de dólares da sua riqueza.
A queda de 4% surge assim depois de no ano passado as suas fortunas terem registado um aumento de cerca de 15%, devido ao aumento dos preços e das ações em toda a região africana.
O primeiro lugar da lista é assim ocupado pelo nigeriano Aliko Dangote, fundador do Dangote Group, o maior conglomerado empresarial da África Ocidental e o maior empregador privado da Nigéria. Com uma fortuna avaliada em 13.5 biliões de dólares, Dangote investe em 18 países africanos, criando empregos e valor económico em todo o continente e em diferentes indústrias.
O empresário criou também a maior fundação africana, com uma doação de 1.25 bilião de dólares, e que, com uma mentalidade global, tem como foco as comunidades locais. Os áreas de atuação atravessam a nutrição, saúde, educação e o empoderamento económico dos mais vulneráveis.
O segundo lugar é ocupado pelo sul-africano Johann Rupert, o bilionário da indústria têxtil, tendo as marcas de luxo Cartier e Montblanc associadas à sua empresa. É o segundo ano consecutivo que Rupert ocupa o segundo lugar da lista, desta vez com uma riqueza avaliada em 10.7 biliões de dólares.
Rupert controla a maior relojoaria de luxo do mundo, a Cie Financiere Richemont, através de um fundo familiar. As marcas da empresa com sede em Bellevue, na Suíça, incluem Jaeger-LeCoultre e Cartier e, na África do Sul, detém a Remgro, uma holding de investimento com sede em Stellenbosch, com participações em mais de 30 empresas.
Nicky Oppenheimer é o terceiro nome desta tabela de afortunados. Magnata da indústria de mineração de diamantes, o sul-africano é presidente da De Beers e tem as suas finanças avaliadas 8.4 biliões de dólares.
Herdeiro da fortuna de diamantes DeBeers, vendeu os seus 40% da empresa para o grupo de mineração Anglo American, por 5,1 biliões, em dinheiro, em 2012. É o terceiro da sua geração a administrar a empresa. Até 2012, a sua família liderou o comércio mundial de diamantes. Em 2014, Oppenheimer fundou a Fireblade Aviation, em Joanesburgo, que opera voos fretados. Atualmente, o empresário possui várias reservas naturais protegidas na África do Sul, Botsuana, Zimbábue e Moçambique.
De volta à Nigéria, ocupando o quarto lugar temos o empresário e filantropo Abdul Samad Rabiu. Fundador da BUA Group, uma empresa de produção de cimento, refinaria de açúcar e imobiliário,
Rabiu tem fortuna estimada no valor de 7.6 biliões. O BUA Group é agora um dos principais grupos diversificados da Nigéria, ativo em alimentos (açúcar e petróleo) e infraestrutura (cimento, portos, imóveis). Em 2016, vendeu os seus ativos de farinha e massas para a Olam.
É no Egito onde encontramos o quinto membro da lista, Nassef Sawiris. Nassef faz parte da indústria da construção civil e é dono de 6% das ações da marca de desporto adidas, o seu ativo mais valioso. A sua fortuna está avaliada em 7.3 biliões de dólares.
Em dezembro de 2020, adquiriu uma participação de 5% da Madison Square Garden Sports, proprietária dos clubes de basquetebol Knicks e NHL Rangers, da NBA. Dirige ainda a OCI, uma das maiores produtoras de fertilizantes nitrogenados do mundo, com fábricas no Texas e em Iowa, nos EUA; a Orascom Construction, uma empresa de engenharia e construção e juntou-se à Wes Edens, do Fortress Investment Group, para comprar o Aston Villa Football Club da Premier League.
O sexto nome da lista dos mais ricos de África inclui mais um nigeriano, Mike Adenuga. Dono da segunda maior empresa de telecomunicações do seu país, a Globaco, com base no Gana
e no Benim, Adenuga tem uma fortuna estimada no valor de 6.3 biliões de dólares.
Investidor na exploração de petróleo, a sua empresa Conoil Producing opera 6 blocos de petróleo no Delta do Níger. Com um MBA da Pace University, em Nova Iorque e que conseguiu trabalhando como motorista de táxi ao mesmo tempo, Adenuga fez o seu primeiro milhão aos 26 anos, no negócio de venda de perucas e bebidas.
Seguimos para a Argélia para fechar esta lista dos sete mais ricos de África, que, infelizmente, não inclui nenhuma mulher. Agora reformado, com um império financeiro de 4.6 biliões de dólares, Issad Rebrab fez fortuna na indústria de produção de alimentos e bebidas. Dono da Cevital, a maior empresa privada da Argélia, Rebrab detém também uma das maiores refinarias de açúcar do mundo, com a capacidade de produção de duas mil toneladas por ano. Atualmente, a gestão das suas empresas está entregue ao filho mais novo, Malik.
