Falar não é sinónimo de comunicar – espero não ter surpreendido ninguém com esta afirmação. Comunicar implica relacionar-se e pressupõe que exista uma sintonia entre dois pólos – à partida, o interlocutor, e do outro lado, o receptor.
Erradamente são várias as vezes em que se assume que basta abrir a boca para que a comunicação esteja consumada, quando há ocasiões que nem a informação saiu, quanto mais a comunicação.
Esta lógica de que é ‘fácil comunicar’ leva a que muitas marcas acreditem que a sua existência é suficiente para uma aproximação por parte do consumidor. Tanto que, em momentos de crise, regra geral, a primeira coisa é cortar com os orçamentos nos departamentos de comunicação. Acaba por acontecer, nesse seguimento, um desvio das funções de comunicação para os departamentos de recursos humanos ou para o comercial.
E se se acredita que quem é responsável por letras não é capaz de tomar conta de números porque é que o contrário é mais ‘permitido’? É esta mania que toda a gente sabe comunicar.
Não, nem toda a gente sabe comunicar nem comunicar-se. A comunicação é uma ciência social e humana e é necessária que as pessoas que respondem pela comunicação de uma marca/ instituição/ empresa/ ou entidade estejam dotadas de técnica e conhecimento da empresa.
Não quer isto dizer que eu não acredito em profissionais que apreendem o conhecimento pela experiência, mas acredito que nem toda a gente está apta para o fazer, mesmo que seja só preparar o jantar anual de Natal.