Ética, responsabilidade, cuidado, trabalho em equipa, segurança. Serão estes os ingredientes para uma marca em constante crescimento ao longo de duas décadas. Soraia Abdula explica-nos qual é o tempo de cozedura para que estes ingredientes façam do Porto de Maputo uma referência no mercado moçambicano.
Conversámos com Soraia Abdula, Communication & Image Manager no MPDC, sobre como é que o Porto de Maputo se tem mantido como parceiro crucial de crescimento económico e desenvolvimento sustentável.
O Porto de Maputo é uma marca de referência no contexto africano: como é que tem sido manter a identidade da marca e os pilares de comunicação ao longo dos anos?
A marca Porto de Maputo passou por vários processos de transformação. De sigla apenas (MPDC, de Maputo Port Development Company), nasceu um logótipo que ainda carregava o selo dos accionistas estrangeiros: PORT MAPUTO. Foi só em 2015 que o a marca foi firmada como PORTO DE MAPUTO, assumindo o seu cunho nacional.
Esta foi uma mudança que se fez de dentro para fora; houve toda uma reestruturação da empresa, uma aposta numa gestão totalmente Moçambicana, nos fornecedores locais, na formação de jovens Moçambicanos, no estabelecimento de valores e princípios que nos representassem.
Soraia Abdula, Communication & Image Manager no MPDC
Tudo isto num porto que se construía em termos de infraestrutura, que reconquistava a confiança dos clientes. É por isso difícil dissociar a identidade que a marca foi assumindo ao longo dos anos de todos estes processos de transformação profunda, de verdadeira metamorfose (como retratámos numa campanha institucional).
O sector da Logística sempre foi visto como promissor em Moçambique. Como é que se descomplica a linguagem de um conteúdo tão especializado?
Tocando em conceitos que as pessoas entendem. Logística tem a ver com tempo. Quanto menor for, mais se transforma em dinheiro no bolso do consumidor final. Quando se fala com o público em geral, tentamos não usar siglas da indústria (como TEU, que significa “twenty equivalent unit”, dizendo simplesmente contentor de 20 pés), e demonstrar o impacto da logística nas suas vidas, na economia do país e do mundo. Eu acho que é sempre fácil falar sobre logística porque são conteúdos que fazem parte das nossas aprendizagens desde muito pequenos (os transportes, as mercadorias, as rotas de comércio) e são sempre interessantes e relevantes.
Mas na verdade, no dia a dia, um porto não se “vende” para este consumidor, mas para toda uma cadeia que está mais do que habituada a uma linguagem mais especializada. São os exportadores, as linhas de navegação, os agentes de carga, etc.
Soraia Abdula, Communication & Image Manager no MPDC
O Porto não deixa de ser uma marca b2b. É relevante que o público Moçambicano compreenda o negócio? Ou optam por focar-se em projectos de cariz social para isso? Se sim, quais e porquê?
Um porto, em qualquer local, serve de barómetro da economia. É através dele que se podem avaliar a balança de importação e exportação. Logo, o público tem que entender o que fazemos e porque fazemos. Além disso, o Porto de Maputo tem uma particularidade: ele está dentro da cidade o que faz com que o seu crescimento, o seu desenvolvimento, o seu impacto sobre a comunidade, tenha de ser percebido pelo público.
O investimento social está no DNA da nossa marca e a maior parte das coisas que fazemos é mesmo porque acreditamos que podemos e devemos deixar um legado de uma sociedade melhor, mais inclusiva, mais justas para todos. Como não vendemos os nosso serviços para o público Moçambicano (o Porto de Maputo é um porto sobretudo de carga em trânsito com origem nos países do hinterland), a nossa comunicação institucional está voltada para a marca que queremos deixar em Moçambique, o nosso footprint social.
Falamos de projectos como o Porto + – o nosso projecto de emprego para pessoas com deficiência – as nossas acções humanitárias e de voluntariado, e de projectos como o Kaya, que visam reintegrar pessoas em situação de exclusão social. Comunicamos estes projectos porque a nossa máxima é “não privatizar os sonhos”; sonhamos com um Moçambique melhor, e queremos que mais pessoas e empresas sonhem – e concretizem estes sonhos – connosco.
Soraia Abdula, Communication & Image Manager no MPDC
