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“O nosso objetivo é deixar todos os cabo-verdianos orgulhosos”, Marco Soares

Marco Soares | DR
Marco Soares | DR

Este domingo, a seleção de Cabo Verde dá o pontapé de saída na sua terceira participação numa Copa das Nações Africanas (CAN), a acontecer nos Camarões. Em entrevista à BANTUMEN, Marco Soares, capitão e o jogador mais antigo da equipa, garantiu que o conjunto está focado em ir além dos quartos de final – feito alcançado em 2013, na estreia de Cabo Verde na competição.

Apesar de encontrar-se ainda retido no arquipélago, à espera de o resultado negativo de um teste PCR – assim como o selecionador Bubista, o guarda-redes Vozinha, o defesa central Ponck e os avançados Lisandro Semedo e Willis Furtado -, Marco Soares confirma que a equipa está confiante e focada nos seus objetivos.

“É um assunto sempre chato e contra o qual todos estamos no mundo a lutar. Acabou por nos afetar e prejudicar bastante na preparação, mas o grupo tem-se mantido alegre e focado, sabendo que a preparação nunca será igual por causa do número de casos de Covid. Vamos treinar da mesma forma. Não houve dispensas, o selecionador quer contar com todos os jogadores e vamos esperando que eles vão recuperando, que é para quando chegarmos à CAN estarmos na máxima força”, indica.

Naquela que pode ser a sua última participação numa competição internacional, o jogador de 37 anos quer ver a sua seleção chegar pelo menos aos oitavos de final. “O nosso objetivo acima de tudo é deixar todos os cabo-verdianos orgulhosos. O nosso primeiro objetivo é chegar primeiramente aos oitavos de final e, depois, é jogo a jogo tentar ir o mais longe possível e tentar superar a CAN 2013, onde chegámos aos quartos de final”.

Para haver respeito, tem de se começar por nós jogadores

Marco Soares

O atleta falou-nos também sobre o seu papel entre o conjunto, que considera ser uma espécie de passagem de testemunho. “Há muitos jogadores que estão a ir para a sua primeira CAN. Eu sou dos mais experientes e eles vão perguntando. Alguns estão a atingir o ponto alto das suas carreiras neste momento e têm muito para dar pela sua seleção. E o que lhes tento passar é tranquilidade porque cria sempre uma certa ansiedade até ao dia de começar a competição. É uma competição nova para eles. Ansiedade vai haver sempre mas temos de estar focados no objetivo e não deixar que essa ansiedade nos tire o foco. É tentar desfrutar ao máximo e tentar chegar o mais longe possível porque muitos podem não voltar a ter outra oportunidade para estar numa competição como esta”, sublinha Soares.

Com as recentes notícias sobre a chamada de atenção de jogadores e ex-jogadores, como Patrick Vieira, ex-internacional senegalês, sobre o menosprezo demonstrado por organizações de futebol e clubes europeus, Soares é categórico: “Para haver respeito, tem de se começar por nós jogadores. Principalmente os que têm mais influência, que estão em clubes de nível europeu, não admitirem essas situações. Porque muitas vezes são confrontados com isso e sofrem pressão dos clubes mas são jogadores que têm um certo estatuto e que a sua voz é ouvida de forma diferente. Têm que se impor, porque estão a representar o país deles, a Copa deles e a Copa de África é a mesma coisa que a Copa América e tem de haver o mesmo respeito e deveria ser inquestionável se o jogador vai ficar no clube ou se vai representar o seu país na maior copa africana. Têm de ser os próprios jogadores a meter um ponto final nessa falta de respeito”.

O meu trabalho dentro da seleção foi recompensado com esta qualificação

Marco Soares

Questionámos ainda o jogador se a esta participação no torneio será a última da sua carreira numa competição deste nível mas Soares prefere não dar certezas. “Não quero dizer que será a última mas tudo indica que assim será. Espero que façamos uma excelente CAN. Neste momento sinto que estou com o dever cumprido, principalmente depois deste apuramento, que foi bastante complicado”.

Depois de 53 jogos com o emblema de Cabo Verde ao peito, o médio sente que a sua carreira é um dever cumprido. “Sinto que o meu trabalho dentro da seleção foi recompensado com esta qualificação e penso que estamos no bom caminho e temos jovens com muito potencial e que podem dar muito a esta seleção”, explicou.

Cabo Verde estreia-se este domingo, 9, em Yaoundé na 33ª edição da CAN, diante da Etiópia, em jogo do Grupo A agendada para as 18h00 de Cabo Verde (20h em Portugal).

De sublinhar que, a Guiné-Bissau também está presente na competição, naquela que é a sua terceira participação. No seu primeiro embate, os Djurtus vão jogar contra os sudaneses em Garoua, a 11 de janeiro.

A prova, que acontece este ano por ter sido adiada devido à pandemia de Covid-19 em 2021, vai ter um total de 52 jogos disputados em seis estádios em cinco cidades diferentes: Yaoundé, Douala, Limbé, Bafoussam e Garoua.

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