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Morreu o grande Muhammad Ali

Muhammad Ali, o maior pugilista de sempre e campeão mundial de pesos pesados em 1964, ’74 e ’78, morreu esta sexta-feira, aos 74 anos, nos Estados Unidos.

Ali não resistiu a complicações respiratórias, “depois de 32 anos a combater contra a doença de Parkinson”, confirmou o porta-voz da família, Bob Gunnell. A lenda do boxe morreu de “choque séptico provocado por causas naturais não específicas”, afirmou a sua família.

O funeral vai acontecer sexta-feira 10, na cidade de Louisville, em Kentucky, e Lennox Lewis, ex-campeão do mundo dos pesos-pesados, e Will Smith serão dois dos oito homens que carregarão o caixão de Muhammad Ali.

Nascido Cassius Marcellus Clay em Louisville (Kentucky), além das suas habilidades no boxe, era conhecido pela suas capacidades argumentavas. Dizia que era o “maior”, que “flutuava como uma borboleta” ou que “era tão rápido que depois de apagar a luz do quarto de hotel, chegava à cama ainda antes de ficar escuro”.

O pugilista foi desde sempre um activista pelos direitos civis e a sua última aparição foi em Abril, num eventos de angariação de fundos para organizações de caridade.

Ali começou a praticar boxe depois de ter sido aconselhado por um polícia a quem se queixou quando alguém lhe roubou a bicicleta. Tinha apenas 12 anos e não perdeu tempo – aos 18 já era campeão olímpico em Roma. Aos 22 anos tornou-se campeão do mundo, derrotando Sonny Liston.

Decide então mudar de nome e passar a chamar-se Cassius X, em homenagem ao líder dos “Black Muslims”, Malcolm X, um grande defensor dos direitos dos negros nos Estados Unidos. Um mês mais tarde converte-se ao Islão e adopta o nome de Muhammad Ali.

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Com um estilo único e inimitável, Ali fica para a história como um homem que nunca quis seguir as convenções dentro e fora do ringue, combatendo sempre a ordem estabelecida. A imagem debilitada que marcou os seus últimos anos não ofuscou a exuberante personalidade deste pugilista com múltiplas facetas, que foi casado quatro vezes e teve nove filhos, incluindo uma rapariga que lhe seguiu as pisadas no boxe.

Conserva o título até 1967, data em que é destituído por recusar participar na Guerra do Vietname. Escapa à prisão, mas é afastado dos ringues, criticado pela maioria da opinião pública norte-americana, mas considerado por outros como um pilar da contracultura e um campeão da causa dos negros que se batiam então por direitos iguais.

Em 1971 foi indultado, após uma suspensão que lhe valeu a perda de três anos no ringue. Reconquista o título de campeão mundial de pesos pesados em 1974, numa luta contra George Foreman, disputada no Zaire. Um combate, o ” rumble in the jungle”, que ficaria para a história.

A 15 de Fevereiro de 1978 perde o título para Leon Spinks, mas acabaria por recuperá-lo a 15 de Setembro do mesmo ano. Retirado em 1979, Ali vê-se obrigado a calçar de novo as luvas dois anos mais tarde, aos 39 anos, por não ter sido capaz de gerir a fortuna. Em Outubro de 1981 perdeu para o compatriota Larry Holmes. Em Dezembro desse ano, uma derrota contra Trevor Berbick acabaria por ser o seu último combate.

Ao fim de uma extraordinária carreira de 30 anos, com 56 vitórias em 61 combates, incluindo 22 em campeonatos do mundo, Muhammad Ali pendurou as luvas. Foi nessa altura que os primeiros sinais da doença de Parkison se começaram a manifestar. A doença foi-lhe diagnosticada em 1984.

Escolhido para acender a tocha olímpica em Atlanta em 1996 e nomeado enviado da paz pelas Nações Unidas em 1998, Ali recebeu a mais alta distinção atribuída a um civil nos Estados Unidos: a  Medalha da Liberdade, em 2005.

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