O coletivo angolano de spoken word Mulheres d’Palavras regressam aos palcos no dia 31 de março para apresentar Loucas na Maternidade, no Camões – Centro Cultural Português em Luanda, a partir das 18h30.
Com as questões da mortalidade infantil, gravidez na adolescência, fuga à paternidade, abuso sexual e economia desfavorável como preocupações fundamentais para o coletivo, o espetáculo reflete sobre género e saúde materno-infantil nas unidades hospitalares em Angola.
O espectáculo, que marca o regresso das artistas da palavra falada (Spoken Word) aos palcos, acontece com performances individuais, em dupla e quartetos, num cenário que relembra um ambiente hospitalar.
Segundo Sandra Bande, estudante de medicina e uma das integrantes do elenco, “esta é uma oportunidade de colocar na pauta de debate as preocupações sobre a gravidez precoce no nosso país tendo em conta as altas taxas apresentadas no último relatório do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP).”
De acordo com Kiaco Zambo, Director Executivo da agência critiva responsável pela produção, “Loucas na Maternidades é um espectáculo emergente e experimental pela forma que é levado ao público e dado aos múltiplos problemas que se têm verificado nas maternidades, fruto da falta de informações sobre planeamento familiar, disposição de meios materiais e humanos necessários e até mesmo pela falta de educação sexual nas famílias e comunidades”.
Mulheres d’Palavras é um coletivo formado por Irene A’mosi, Adolfina Lua, Dreça Manuel e Sandra Bande, que aceitaram o desafio de “dar voz e vez às mulheres que vencem as dores de parto para dar vida e multiplicar a existência humana no universo carente de humanidade”.
O projecto é uma iniciativa e produção da Art Sem Letra – Agência Criativa de conceção e execução de projetos artísticos e educacionais, baseada na peça do dramaturgo Maieno Zambo e conta com a realização do Camões Angola – Instituto de Cooperação, Cultura e Língua Portuguesa.
Equipa BANTUMEN
A BANTUMEN é uma plataforma online em português, com conteúdos próprios, que procura refletir a atualidade da cultura negra da Lusofonia, com enfoque nos PALOP e na sua diáspora. O projecto editorial espelha a diversidade de visões e sensibilidades das populações afrodescendentes falantes do português, dando voz, criando visibilidade e representatividade.