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Nelson Freitas eternizou “Dpos D’Quarentena” no Capitólio

Nelson Freitas, Concerto no Capitólio/ Foto: Olson Ferreira
Nelson Freitas, Concerto no Capitólio/ Foto: Olson Ferreira

Já passavam das 21 horas quando Nelson Freitas entrou em palco a cantar “Manhã Cedo” para dar início ao Dpos D’Quarentena, no Capitólio, nesta sexta-feira, 22. Parecia que o público tinha aproveitado os quase dois anos sem concertos para ensaiar as letras de cada single, especificamente para aquele momento. A energia que se fazia sentir na plateia era imensa e as pessoas quase cantavam mais alto que o próprio cantor.

Nada melhor que o tema “Chocolate” para tornar aquele momento mais doce e, assim que a música terminou, começávamos a ouvir os acordes da guitarra de Doda Spencer, a introduzir “Plena”, enquanto Nelson agitava o público que respondia com gritos e palmas.

Não é por acaso que o artista também é conhecido como Mr. Magic. O seu groove levou o público numa nostálgica excursão sonora misturada com uns passos de dança oldschool e um toque de atualidade. Numa mestria única, Nelson foi o MC, o cantor e o dançarino da noite.

“I ain’t got no diamonds, ain’t got no pearls to give / But I’ll give you loving, every day all day / Every day all day”. Foi com estes versos que Nelson deu início à música seguinte, “Every Day All Day”, que conta com a participação do produtor, compositor e cantor espanhol Juan Manuel Magán González.

Há muito que o público ansiava por poder fazer parte de um concerto, de partilhar momentos de efusão coletiva e criar memórias de longo prazo. Para os artistas, estes quase dois anos de paragem obrigatória foram como destinar a sua arte a um cárcere solitário e sombrio. E Nelson fez o seu público sentir o quanto precisava de voltar ao ativo e sentir a vibração dos fãs. “Já tinha saudades dos concertos e de vocês todos que estão aqui”.

Embora fosse o concerto de apresentação do seu último álbum, Nelson Freitas escolheu deliciar os fãs com alguns hits mais antigos, como “Bo tem Mel” e “Something Good”, temas que nos remetem ao ano de 2013, aquando do lançamento de Elevate. Ninguém estava à espera e talvez por isso essas músicas tenham sido tão bem abraçadas e cantadas de ponta a ponta pelo público.

Entretanto, chegava o momento de chamar ao palco Mikas Cabral, um dos membros da banda Tabanka Djazz, para juntos interpretarem “Pôlime, faixa número oito do álbum Dpos D’Quarentena. O que parecia só música, tornou-se num momento de agradecimentos e elogios entre os dois, mas também de uma certa competição [saudável] por quem engajava melhor o público, que tinha sido divido em dois, os que, hipoteticamente, torciam por Cabo Verde e os que torciam pela Guiné-Bissau.

Depois desse momento, Nelson recuou mais ainda no tempo e cantou “Saia Branca”, do álbum My Life editado e lançado em 2010. Depois disso, parecia estar a anunciar-se o fim do concerto. Nelson saiu de cena, mas o público gritou bem alto que queria um encore.

O artista voltou ao palco e cantou “Dpos D’Quarentena”, single que deu nome ao concerto, e “Bolo ku Pudim”, tornando o momento ainda mais especial ao juntar todos os convidados e os filhos em palco.

Não podemos classificar “Dpos D’Quarentena” apenas como o título de um single e álbum de sucesso, é também a escolha de Nelson Freitas em deixar para trás a angústia, frustração e ansiedade reveladas durante o longo confinamento que todos vivemos, dando lugar à esperança, às novas memórias e à liberdade pós esse período. O resultado dessa escolha foi este concerto, que, para quem teve a possibilidade de assistir, acaba de inscrever-se num renovado livro de memórias.

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