A cinematografia angolana vai marcar presença na 75ª edição do Locarno Film Festival. Além da estreia, Nossa Senhora da Loja do Chinês, de Ery Claver, produzido pela Geração 80, vai competir na categoria Concorso Cineasta del Presente.
O festival suíço – que tornou-se num dos eventos cinematográficos mais prestigiados e importantes do mundo – vai acontecer de 3 a 8 agosto e a longa metragem de ficção vai ser exibida de 11 a 13.
Na competição, a película concorre ao lado de filmes internacionais como o francês Petites e o brasileiro É Noite na América, entre outros. Nossa Senhora da Loja do Chinês torna-se no único filme da África lusófona a concorrer na categoria do festival de Locarno.
O filme de Ery Claver filme conta a história de Domingas, uma mulher que carrega um sentimento de amargura pela perda da única filha e vê-se aterrorizada com o ressentimento de perder agora o seu companheiro, num tempo que vive à base de ilusões. “Este filme fala essencialmente sobre o tempo em que vivemos. Se a realidade permite esse paradoxo, então nós, ficcionistas, andamos a dormir e nem por isso estamos a sonhar. Se a realidade não aceita mentiras, deve pelo menos saber conviver com as alusões, e aludir, ou então imitar a realidade”, explicou.
Na BANTUMEN, escrevemos pela primeira vez sobre Nossa Senhora da Loja do Chinês em fevereiro de 2021, quando ainda ocorriam as gravações. Na altura, Ery explicou que há muito que “queria fazer um filme centrado no poder”. “Queria falar sobre o poder da presença, mesmo quando a presença não é mais física. Para mim, a família condensa tudo, as relações de poder universais da natureza humana, os aspectos universais do homem e mulher angolana”, disse.
