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“Na opressão, meias soluções é conformismo do privilégio”, Nuna no BANTUMENPodcast

Nuna | DR
Nuna | DR

O espectro do ativismo antirracista negro, em Portugal, tem rosto e tem vários nomes. Ao contrário do que se possa pensar, este ativismo em específico não se resume a atos isolados dispersos, mas num conjunto de ações reiteradas e permanentes de luta pela justiça, igualdade e garantia dos direitos humanos, que não acontecem apenas em forma de protesto, mas também de forma profissional.

Nuna, com quem gravámos o último episódio do BANTUMENPodcast é uma das pessoas que compõem o pequeno núcleo de ativistas negros, profissionais, em Portugal.

Nuna tem estado nas “bocas” do Instagram desde que, a 3 de junho de 2020, publicou na sua conta pessoal um vídeo de sete minutos, onde manifestou os efeitos nefastos do silêncio dos que têm o privilégio de ter um lugar de fala e que, deliberadamente, optaram por não o usar, a bem da reputação do seu “bom” nome. “O silêncio é o maior ruído do opressor”, diz-nos.

Esse vídeo foi publicado no seguimento dos acontecimentos relacionados com a morte do norte-americano George Floyd e acabou por tornar-se viral. Nele ficou expresso que é hora de acabar com a obsessão de, apenas, querer ficar bem na fotografia.

De lá para cá, a jovem artista e ativista tem continuado a colocar o dedo na ferida para abalar as estruturas do pensar sobre o que significa o racismo estrutural em Portugal.

“Ou és antirracista ou fazes parte do problema”

Licenciada em Artes Performativas, Nuna não se vê, para já, na política, mas não é uma hipótese totalmente descartada. Reconhece o seu ativismo como político mas está confortável com o seu atual nível de envolvimento.

Estamos a falar de alguém que, desde os seus primeiros anos de adolescência, percebeu que a história que figurava nos manuais escolares e que era contada nas instituições de ensino que frequentou não poderia ter apenas uma versão. Algo soava a incompleto, faltava o outro lado e a outra versão dos factos. Como a mesma refere, “nós vivemos numa sociedade cis-hetero normativa patriarcal onde o poder é dado ao homem branco, heterossexual. Está na hora de mudar este sistema.” E a sua experiência pessoal e profissional a nível internacional fá-la observar o discurso do “colonizador bom” de um outro prisma. É em países como Inglaterra, Holanda ou EUA, por exemplo, que Nuna consegue encontrar espaço honesto e sério para o estudo e para o tratamento de temas como o racismo. Este acaba por ser o mote  para a sua faceta revisionista. Faz precisamente aquilo que o nome indica, revê doutrinas, obras literárias, filmes, entre outros objetos de estudo que tenham pertinência para se desconstruir a História, contada até então por uma única voz.

Neste episódio de podcast vamos também perceber como Nuna é autodidata e que o seu ativismo tem a particularidade de ser interseccional, ou seja, leva a cabo uma militância que busca entender como a injustiça e a desigualdade social sistémica ocorrem numa base multidimensional, afetando etnia, género, orientação social, classe social, religião, cultura, idade e capacidade.

Relembramos-te que a BANTUMEN disponibiliza todo o tipo de conteúdos multimédia, através de várias plataformas online. Podes ouvir os nossos podcasts através do Soundcloud, Itunes ou Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis através do nosso canal de YouTube.

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