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O boom pós confinamento do Mercado de Comodidades. Vem aí a bonança?

2021 tem sido marcado como o ano pós: pós pandemia, pós confinamento, pós crise. Em certos lugares do mundo, em certos momentos do dia é verdade: há muito poucos países no confinamento total, que foi marca registada da pandemia e de 2020; a conversa gira muito mais em torno das vacinas e de como abrir outra vez as portas do mundo do que em torno de medidas de segurança e maneiras de lidar com a pandemia. Mas em outros momentos, é-nos lembrado que a Covid-19 não foi a lugar algum: o Brasil atingiu um recorde recentemente em infeções, totalizando 100 mil casos registados num único dia e a África do Sul retomou um certo grau de confinamento para controlar o número crescente de infeções.

Num quesito, no entanto, há uma diferença abismal entre o momento atual e o auge da pandemia: o preço das principais comodidades.

O ano passado foi marcado pela queda precipitada nos preços no mercado das comodidades. Com a atividade económica paralisada a uma escala global, a necessidade por materiais como o crude de petróleo, cobre, ferro reduzida à níveis históricos os preços alcançaram em alguns casos valores negativos, com produtores em sérias dificuldades de armazenamento sem o normal escoamento. 

O momento atual é diametralmente oposto, com o mercado de comodidades com uma taxa de crescimento equivalente aos anos anteriores à crise de 2008, com o preço de comodidades como o ferro e a soja a tocar valores recordes. Os futuros de Brent (preço referência para Angola), estavam esta semana a ser negociados a $76.6 por barril, um preço que já não é visto desde Outubro de 2018. O movimento é de tal forma positivo que presume-se que a OPEC+ (Organização de Países Exportadores de Petróleo) aumente o output por mais 550.000 barris em Agosto – quando a política da Aliança tem sido manter as restrições que permitiram manter algum equilíbrio no preço do petróleo durante o pior momento em 2020 – e tem gerado conversas em Wall Street sobre o preço alcançar os $100 por barril.

Mudanças como estas têm sempre consequência de múltiplas camadas: na perspectiva politica, esta subida marcada no petróleo coloca a Rússia outra vez numa posição decisiva no mercado energético mundial; por outra, é um obstáculo às promessas de uma transição para energias mais verdes.

E é uma notícia não é tão boa para a potência chinesa que, no seu papel como a “fábrica do mundo”, consome as comodidades cruas mais do que ninguém.

Finalmente, importa dizer que, apesar de toda a conversa do pós pandemia, estamos muito, muito longe disso. A variante delta é um preocupante sinal do que poderá acontecer com uma forçosa reabertura ser uma boa parte da população mundial vacinada: mutações que tornam irrelevantes as poucas imunidades que a vacina ofereça. Então, não se deve tomar por garantido uma volta ininterrupta da atividade económica que apoie os preços das comodidades, como está a acontecer no momento.

Ainda assim, estes picos mostram que o momento de saída da situação atual será marcado por crescimento nas comodidades, pelo ímpeto produtivo que advirá da reabertura total das economias e fronteiras. 

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